Título: Como Se Livrar de um Vampiro Apaixonado;
Autor(a): Beth Fantaskey;
Editora: Sextante;
Número de Páginas: 304;
Ano de Publicação: 2010.
Livro no Skoob


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Casar-se com um vampiro certamente não estava nos planos de Jessica Packwood para seu último ano escolar. Mas quando um novo aluno esquisitão (e muito gato) chamado Lucius Vladescu aparece do nada, dizendo que Jessica pertence à realeza vampírica e está prometida em casamento a ele, futuro líder do clã mais poderoso dos vampiros, ela é obrigada a rever seus conceitos. Se a garota ainda nem beijou na boca, como pode sequer pensar em um compromisso eterno? Armada com uma autoconfiança recém-adquirida, Jessica passa por uma transformação drástica de adolescente nerd americana para princesa vampira europeia nessa sátira cheia de reviravoltas e surpresas.

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Minha Opinião: 

Posso fazer uma confissão? Eu meio que tinha um certo preconceito com histórias de vampiro; talvez por tanto ter ouvido minhas colegas falarem e suspirarem por Crepúsculo e similares. Mas, epa, sem preconceito com quem gosta, ok? Eu só não curti os filmes nem nunca me interessei pelos livros e tal, mas respeito quem gosta, então sem críticas, por favor. Mas, bem, voltando a resenha... O caso é que eu queria deixar esse 'saco' de vampiros de lado e ler algo com eles. O livro de Beth Fantaskey foi uma opção interessante, e acabei aceitando. No fim das contas, vocês conferem a seguir o que eu achei.

“- Ela não é linda, poderosa, majestosa... como você? – perguntou ele.
- Acredita mesmo nisso?
- Acredito. E acho que você também passou a acreditar.”
- Página 243 -

Jessica Packwood é uma adolescente comum de 17 anos vivendo sua vida sem maiores preocupações senão atrair a atenção do garoto de seus sonhos na escola, se sair bem nas olimpíadas de Matemática do colégio, como a nerd que ela é, e dar algumas fugidas às preocupações ecológicas e vegetarianas dos pais adotivos. Ao encarar um novo dia na escola, porém, as coisas começam a ficar estranhas e imprevisíveis. A começar pela presença do recém-chegado aluno de intercâmbio, Lucius Vladescu, que desperta os sentidos de todos no colégio pela sua característica misteriosidade e postura sombria, mais as palavras ácidas e irônicas. E tudo fica ainda mais inacreditável para ela quando seus pais o hospedam em sua casa, obrigando Jessica a conviver com o novo e excêntrico hospede. E se ela pensava que só isso já era uma loucura total, de repente Lucius aparece dizendo-lhe ser uma princesa vampira, como ele, e sobre a existência de um acordo antigo selado entre os clãs Vladescu e Dragomir que visa uni-los em matrimônio. E adeus à vida pacata de Jessica...

Em diversas resenhas vistas na blogosfera literária, esse livro, normalmente, ficava entre: bons para alguns, ruim para outros. Em algumas situações era até mais elogiado, na verdade, mas ainda assim tinha uma crítica mais ou menos mista. Quando surgiu uma oportunidade de compra, não pensei duas vezes e o adquiri. E li. E eu só... acho que não foi a minha melhor escolha para o gênero. Ok, a escrita da autora é fluida e fácil, sem maiores exageros, e os personagens, à princípio, são bem moldados e desenvolvidos, além de um bom humor muito bem-vindo. O clima do enredo em si, porém, é naturalmente sombrio, nas passagens do Lucius, com um leve toque irônico que definitivamente arrancava algumas risadas durante as cenas em que o casal principal insistia em discutir - por viverem em mundos tão diferentes, não foram poucos os choques culturais sofridos, principalmente por Lucius, e eles se estranharam bastante. Até aí, tudo bem. A história desandou um pouco mesmo quando os personagens começaram a tomar atitudes um pouco súbitas demais.

“Não pude acreditar nas palavras que tinham escapulido da minha boca. Sempre pensei que, quando as dissesse pela primeira vez, o momento seria perfeito. E não desesperado e doentio desse jeito.”
- Página 213

Jessica é uma garota comum, sem regalias ou frescuras, acostumada a lidar com a vida simples com os pais, às vezes um pouco exagerada, mas sempre equilibrada. Quando Lucius aparece, porém, esse equilíbrio acaba, e, apesar de ela continuar quase a mesma durante boa parte do enredo, em um determinado ponto, quando o romance começa a se desenvolver, de repente ela se transforma em uma completa e desesperada garota apaixonada. Qual é, não muitas páginas atrás ela mais se mostrava indiferente e irritada com a presença de Lucius, durante os momentos em que ele tentava cortejá-la e conquistá-la, mas então, quando ele desiste de tentar atraí-la, os papéis se invertem. Ela passa a correr atrás dele, que, por sua vez, fica se esquivando e se mostrando desistente do plano de ambos se casarem logo que ela completasse 18 anos, e de repente paira uma sensação daqueles romances irritantes no qual a mocinha praticamente suplica pelo amor de seu amado. A Jessica estava se mostrando tão bem no início, por que teve que mudar tão drasticamente? Tá, ela tem direito de correr atrás dele, mas a forma como o fez foi meio... desesperada, obsessiva? E, bem, um pouco abrupta a meu ver.

E, só pra constar, não achei que Lucius valeu toda essa dedicação. Se o objetivo da autora era passar a imagem de um vampiro naturalmente sombrio, sem toques românticos e toda aquela coisa melosa, ótimo, ela cumpriu seu objetivo. Mas, ainda assim, eu não simpatizei nada com Lucius, quaisquer que fossem as intenções por trás de sua natureza. Ele poder ser um pouco romântico e galanteador de vez em quando, mas os momentos em que fica emburrado facilmente, insensível, exagerado e instável emocionalmente, totalmente me irritaram. Sim, ele passou uma vida dura em sua infância como próprio vampiro e sofreu muito, mas ele não sabia nem mesmo ter controle sobre si próprio. E nem preciso falar do romance, que, apesar de ter inicialmente começado de uma forma delicada, sem pressa, até seu devido desfecho, não me convenceu. Não senti empatia pelo casal, nem mesmo suspirei. Infelizmente, não conseguiram me cativar.

“Eu estava acostumada a homens como meu pai e os outros pais que conhecia. Caras legais. Caras que usavam mocassins, jogavam bola com os filhos e colocavam gravatas divertidas no Natal. Lucius era tão diferente deles quanto sua coleção de armas era diferente dos bonecos de mamãe. Ele era inegavelmente charmoso quando queria, seus modos eram educados, mas havia uma aspereza logo abaixo da superfície.”
- Página 63

Os demais aspectos do livro transcorreram bem; nada muito bom nem muito ruim. Os personagens secundários cumprem bem seus papéis, mas, com exceção ao tio de Jessica e os pais dela, nenhum dos outros foi marcante. Esse é um bom exemplo de abordagem vampírica sem qualquer traço romântico ou meloso, então, para quem gosta, é uma boa pedida. Ele também tem uma sequência, Como Salvar Um Vampiro Apaixonado, mas não sinto vontade de continuar. O que aconteceu nesse livro já está de bom tamanho para mim, à respeito de Jessica e Lucius. Mas claro que o fato de eu não ter me conectado nem mesmo simpatizado com os protagonistas é totalmente pessoal, então pode ser que você, leitor, tenha uma experiência melhor, afinal, o enredo é bom e a escrita da autora não decepciona, então não tenha medo de dar uma chance. Apesar de tudo, foi uma boa leitura, sim, muito válida, e, para quem se interessa pelo estilo, recomendo.

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2 Comentários

  1. Acho que a única autora que colocou a palavra "vampiro" em seu livro e eu não o atirei pela janela foi a Cassandra Clare. E nem mesmo a autora fala realmente de vampiros, eles são apenas personagens praticamente terciários. Mesmo assim ela elaborou os vampiros de um jeito que me conquistou.
    Mas foi a única. Já li um livro de romances de vampiros titulado como Imortal - Histórias de Amor Eterno e detestei. Eram vários contos em um só livro. Achei bem sem graça mesmo, por isso quando alguém fala que um romance tem vampiros não quero ler. Isso acontece com Como se Livrar de um Vampiro Apaixonado, que não tenho a mínima vontade de ler. Depois da sua resenha tenho menos ainda. Quando as meninas começam a correr atrás dos caras de uma forma um tanto doentia eu tenho vontade de sair de perto.
    photo-and-coffee.blogspot.com

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  2. Eu morria de vontade de ler esse livro na época do lançamento, via várias resenhas positivas e apesar de não ter lido muitos livros gostava da temática de vampiros. No entanto acabei perdendo a curiosidade de conhecer essa história e agora acho que só o leria se ganhasse ou algo assim. Adorei a sua resenha, está ótima!

    Beijo,
    Naty.

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