Título: Beleza Perdida;
Autor(a): Amy Harmon;
Editora: Verus;
Número de Páginas: 336;
Ano de Lançamento: 2015.
Livro no Skoob


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Ambrose Young é lindo — alto e musculoso, com cabelos que chegam aos ombros e olhos penetrantes. O tipo de beleza que poderia figurar na capa de um romance, e Fern Taylor saberia, pois devora esse tipo de livro desde os treze anos. Mas, por ele ser tão bonito, Fern nunca imaginou que poderia ter Ambrose… até tudo na vida dele mudar.
Beleza perdida é a história de uma cidadezinha onde cinco jovens vão para a guerra e apenas um retorna. É uma história sobre perdas — perda coletiva, perda individual, perda da beleza, perda de vidas, perda de identidade, mas também ganhos incalculáveis. É um conto sobre o amor inabalável de uma garota por um guerreiro ferido.

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Minha Opinião:

Resenha escrita por mim e originalmente publicada no blog Da Imaginação a Escrita - aqui.

Ambrose Young, desde pequeno, é tido como o garoto de ouro e o orgulho da pequena cidade de Hannah Lake. Bonito, alto e musculoso, em apenas dezessete anos, já é um dos maiores lutadores que já passaram pela equipe do treinador Sheen, e seu futuro já estava garantido como brilhante. Até que ele resolve seguir um roteiro diferente e se alista no exército, mais precisamente para a Guerra do Iraque, juntamente com seus quatro melhores amigos Grant, Beans, Paulie & Jesse. Anos mais tarde, no entanto, apenas Ambrose retorna. As cicatrizes estampadas não apenas em metade do seu rosto deformado por uma bomba, mas presentes também em seu coração, pela perda daqueles com quem convivera por tanto tempo e com quem aprendera tantas coisas. Agora, mais do que tudo, ele só deseja apagar o próprio passado e viver imerso em solidão, mas Fern Taylor, cujos sentimentos permanecem os mesmos para com Ambrose desde o colégio, não vai deixá-lo perder-se em si mesmo justo agora. 

Quem vive atento às redes sociais, seja de blogs, editoras, livrarias, ou simplesmente de amigos leitores, certamente deve ter visto um pouco do 'boom' que Beleza Perdida fez entre os leitores brasileiros durante seu lançamento. Como uma versão moderna do clássico d'A Bela e a Fera, o livro de Amy Harmon dividiu opiniões. Enquanto era amado por alguns, era criticado por outros. Confesso que, por causa desse segundo grupo, comecei a leitura um tanto hesitante, duvidosa, com receios de não conseguir me prender ao enredo e que a narrativa fosse cansativa. Mas, opiniões alheias à parte, a verdade é que, no fim das contas, apesar de uma narrativa inicial um tanto quanto lenta e monótona, Beleza Perdida provou-se um livro digno de arrancar suspiros, lágrimas, apertos no peito, angústia, sorrisos, e todas as mais diversas emoções e reações possíveis do leitor. Amy Harmon foi certeira ao falar sobre os diversos tipos de relações e sentimentos envolvidos nelas com uma sensibilidade, mas ao mesmo tempo, uma carga muito palpável de realidade.

“Ambrose sabia como era ser saudável, ser perfeito, ser Hércules. Como era cruel cair subitamente de tal altura. A vida tinha dado outro rosto a Ambrose, e Fern se perguntava se ele seria capaz de aceita-lo.”

Antes de mais nada, apesar do livro ser ótimo, eu particularmente não gosto muito dessa sinopse. Para mim, ela soa um pouco pretensiosa demais, mas acerta, ao menos, na afirmação sobre os tipos de perdas decorridas na história, e, principalmente, ao ressaltar os ganhos incalculáveis. Esses ganhos, no entanto, não virão com facilidade, e acompanhamos, então, o amadurecimento e compreensão dos personagens acerca de seus dilemas e de seu presente. E, nesse caso, temos um elenco muito palpável e diversificado de personalidades. A começar por Ambrose, que mesmo com seu exterior de perfeição e orgulho, se mostra um rapaz sensível, muito próximo do pai e dedicado. A pressão sentida pelos ganhos na luta, porém, o fazem mudar seu caminho e mudar toda a sua vida. Em paralelo, nós temos os primos Fern e Bailey, que roubam a cena e conquistam o leitor pela sua espontaneidade e vivacidadeBailey, em especial, foi um dos meus preferidos, por mesmo sendo portador da distrofia muscular de Duchenne e viver em uma cadeira de rodas, sem os movimentos do corpo, apenas das mãos e cabeça, se mostrar um personagem tão ativo e autêntico que, ainda assim, não renega sua condição, mas que procura viver não importa como. Fern, por outro lado, irritou-me em alguns momentos por insistir, no início, na imagem de 'garota feia e sem graça', mas ela melhorou isso com o passar da história e gostei de vê-la tomando atitudes espontâneas e sendo sincera sempre que era necessário. Apesar de tudo, ela é uma garota persistente, e não se dá por vencida tão facilmente.

Dentre algumas resenhas que li, no entanto, vi algumas pessoas reclamarem sobre a situação da guerra para o qual os rapazes vão. A autora realmente não focou muito nesse quesito, e eu concordo quando dizem que mais pareceu um acampamento do que um território de guerra, no decorrer dos flashbacks das interações dos rapazes lá. No entanto, penso que a autora o fez de forma proposital para dar mais ênfase ao pós-guerra, e não a ela necessariamente. Pois, uma vez que retorna da guerra, Ambrose tem de lidar com as perdas diversas causadas por ela, não apenas na sua vida, mas, praticamente, na de todas as outras pessoas em Hannah Lake. É como quando, meses antes da ida ao Iraque, ainda no colégio, um dos professores, Sr. Hildy, conversa com Ambrose e lhe diz, ao relembrar de sua própria participação, embora que forçada, na Guerra do Vietnã quando mais jovem, que tinha sorte quem não voltava de uma guerra, pois as cicatrizes, externas e internas, e lembranças do que aconteceu e do que se perdeu no campo de batalha são ainda mais difíceis de serem digeridas e superadas, e esse é definitivamente uma das questões mais enfrentadas no livro, com a volta de Ambrose e a forma como ele próprio terá de aprender a superar toda a situação.

“— Como você aguenta, Bailey? Olhar para a morte de frente por tanto tempo?
Bailey deu de ombros e olhou para ele com curiosidade.
— Você age como se a morte fosse a pior coisa.
— E não é? — Ambrose não conseguia pensar em nada pior que perder seus amigos.
— Não penso assim. A morte é fácil. Viver é que é a parte difícil.”

Uma coisa que eu gostei muito, também, foi a forma leve com o qual o romance se desenvolveu, no que diz respeito ao emocional dos protagonistas. Antes mesmo de estarem cara a cara, Ambrose e Fern se corresponderam durante um dos planos de Rita, melhor amiga de Fern, em atrair a atenção do rapaz. Embora no início Fern tenha mostrado-se um tanto quanto obsessiva em relação a seus sentimentos por Ambrose, com o passar da história, ao longo de seu amadurecimento, suas emoções se suavizam mais e a partir do momento em que ela volta a se envolver com Ambrose, depois da guerra, conseguimos acompanhar o nascimento e a concretização de seus sentimentos e de sua relação de uma forma mais sensível. E já que estamos falando disso, gostaria de observar que eu não sei se concordo completamente com a classificação de New Adult do livro. Sim, há as insinuações e cenas com uma dose a mais de romance, mas, até onde entendo por YA's e NA's, Beleza Perdida poderia muito bem ser classificado como um Young Adult, ou talvez como um jovem adulto maduro, mas, enfim. O que ele tem de NA, no entanto, no que diz respeito à carga emocional, é consistente e bem desenvolvido.

No fim das contas, Beleza Perdida provou-se digno dos elogios da crítica literária e, de repente, mal posso esperar para ler mais obras da autora, que, pelo o que parece, continuará a ser publicada aqui no Brasil pela Galera Record. Sem dúvida alguma, recomendo a leitura de seu romance para todos aqueles que querem uma história palpável, não apenas de romance, mas também sobre amizade, perdas, lutas e superação.

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