Título: Uma Curva no Tempo;
Autor(a): Dani Atkins;
Editora: Arqueiro;
Número de Páginas: 235;
Ano de Lançamento: 2015.
Livro no Skoob


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A noite do acidente mudou tudo... Agora, cinco anos depois, a vida de Rachel está desmoronando. Ela mora sozinha em Londres, num apartamento minúsculo, tem um emprego sem nenhuma perspectiva e vive culpada pela morte de seu melhor amigo. Ela daria tudo para voltar no tempo. Mas a vida não funciona assim... Ou funciona?
A noite do acidente foi uma grande sorte... Agora, cinco anos depois, a vida de Rachel é perfeita. Ela tem um noivo maravilhoso, pai e amigos adoráveis e a carreira com que sempre sonhou. Mas por que será que ela não consegue afastar as lembranças de uma vida muito diferente?

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Minha Opinião:

Desde seu lançamento em 2015, o romance de Dani Atkins vinha causando um burburinho na blogosfera literária de tal maneira a me intrigar cada vez mais por querer conhecer a história sobre a qual muitos comentavam. As opiniões eram diversas, desde negativas à positivas, mas uma vez que a maioria que eu via realmente enaltecia a obra, admito que fiquei esperançosa de encontrar um grande enredo e que me cativasse tanto quanto aos demais. Talvez eu tenha ido com um pouco de sede demais ao pote, aquela velha de histórias de muitas expectativas de uma vez só... e ainda que não tenha sido uma leitura ruim, pelo contrário, falaremos dos pormenores à seguir.

Uma Curva no Tempo estende-se por entre duas realidades paralelas. Na primeira delas, Rachel está se reunindo com seus amigos antes da despedida rumo a faculdade após o colegial, até que o encontro é marcado por um inesperado acidente que muda toda a sua vida, a começar pela morte do seu melhor amigo, Jimmy, e o consequente vazio que ele lhe faz em sua vida mesmo cinco anos após o ocorrido. Durante um novo e breve incidente, porém, ela acorda em uma realidade totalmente nova, no qual aquele mesmo acidente ocorrera, mas sem levar a vida de seu amigo junto. De repente ela se vê noiva do namorado do colégio, um pai e amigos saudáveis e presentes, além de uma carreira de sucesso no curso de Jornalismo com o qual tanto sonhava. Uma vez que ela não consegue lembrar-se dos cinco anos de sua fase atual, mas da outra suposta vida que ela tinha, ela se vê confusa e perdida sobre como seguir em frente. Se ela tem memórias tão vívidas sobre a outra vida, poderia esta nova ser real? O que teria acontecido? Como preencher as lacunas dessa nova realidade que tanto a encanta como assusta?

“Talvez meu subconsciente tivesse percebido algo que o restante de mim se recusara a reconhecer. Que uma vida sem Jimmy era como uma morte em vida, e passar por isso era a pior espécie de inferno que eu poderia imaginar.”

Já de início a narrativa em primeira pessoa se apresenta um tanto detalhada e consequentemente lenta. Logo que o acidente acontece, então, a narrativa que já era um pouco monótona ganha uma certa melancolia em meio as lembranças de Rachel daquela noite e de todos os anos passados sem Jimmy ao seu lado. Por ter sido salva por Jimmy antes do impacto do carro desgovernado naquela noite, ela carrega uma certa culpa pelo ocorrido e o clima estranho e um tanto pesado que paira no atual reencontro com os colegas de escola só aumenta essa pressão. Todos carregam o sentimento de perda, mas nela é ainda mais forte de tal maneira a abalar a personagem e levá-la a um novo e inusitado incidente cinco anos depois. Ao acordar, porém, o tom da narrativa fica mais defensivo pela nova realidade em que Rachel se vê, com Jimmy ainda vivo e Matt, ex-namorado no outro paralelo, agora como noivo.

Dessa forma, o início que, por si só, já era lento e com uma carga de detalhes, ficou ainda menos fluido e demorei um pouco a avançar de verdade na leitura, ao mesmo tempo em que também estava demorando a me apegar à protagonista. Pelo acidente traumático que vivera anteriormente, mesmo já adulta ela ainda permanece muito fechada e por vezes distante emocionalmente, e não é uma personagem que eu consiga descrever como simpática ou sequer carismática. Ela não é esnobe, prepotente ou ruim de verdade, mas não chega a ser realmente empolgante acompanhar a leitura ainda mais pelo seu ponto de vista e por isso demorei a me envolver com a história. Personagens como o pai dela ou mesmo Jimmy é que foram responsáveis por me prender um pouco mais na leitura, ainda que também não tenham sido muito cativantes e isso tenha se concluído como um ponto que realmente deixou a desejar em Uma Curva no Tempo para mim.

“— Bem – disse por fim —, você se lembra bem dos seus primeiros dezoito anos de vida, não é?
— Lembro. Até a noite do acidente.
— Então, no panorama geral, só estamos falando de termos inexplicavelmente... perdido... uma pequena parte do seu passado. Acho que o que você precisa se perguntar é quanto tempo e energia quer gastar olhando para trás.”

Apesar disso, porém, à medida que a história avança e o enredo se firma melhor, consegui me envolver mais à leitura. Por mais irritada que eu ficasse e quisesse gritar com a Rachel por simplesmente recusar acreditar e quase até mesmo viver naquela realidade nova e tão melhor do que a anterior, o motivo de ela estar vivendo-a, assim, de repente, é intrigante e certamente aguçou-me muito a continuar a leitura para descobrir, enfim, do que se tratava o mistério dessas realidades paralelas e o porquê de elas estarem acontecendo. Rachel segue tentando encontrar respostas vagando pelos mesmos cenários e encontrando as pessoas que conhecia em um primeiro momento, mas que agora não fazem ideia de quem ela é por nunca terem, supostamente, convivido com ela como suas lembranças insistem em fazê-la acreditar, e nesses momentos eu me senti realmente angustiada por acompanhá-la em meio ao que pareciam mais falsas memórias e à medida que, quanto mais ela tentava ser compreendida pelos demais, mais era apontada como louca. Uma situação verdadeiramente complicada que deixa a personagem fora de foco em diversos momentos, levando-a a não aproveitar realmente o que mais parecia uma segunda chance que a vida lhe dera.

O desfecho, no entanto, vem para sanar toda esse mistério de uma forma que, a partir de um certo momento, eu meio que comecei a imaginar que pudesse ser um pouco a resolução final, mas o modo como tudo se deu finalmente foi inesperado e chocante mesmo assim. De repente estamos nos dois últimos capítulos e alguns trechos invadem a narrativa e começam a situar o leitor em meio a verdadeira bomba que permeia as realidades vividas por Rachel e ao mesmo tempo em que fiquei abalada, também muito me emocionei e, inclusive, fiquei feliz, de certa forma, pelo modo como as coisas aconteceram. De repente havia uma reflexão muito maior a ser deixada com esse final e que realmente me pegou de surpresa, e que só não fez a leitura fechar as cinco estrelas de avaliação pela falta de carisma e envolvimento real para com os personagens em geral, que mesmo assim cumpriram muito bem seus papéis naquele que foi um desfecho repleto das mais diversas emoções e opiniões. Uma leitura que parecia mais uma viagem no tempo qualquer, mas que se mostrou tão além disso quanto eu podia imaginar, e que foi muito satisfatória e a qual recomendo demais, ainda que com suas ressalvas.

7 Comentários

  1. Oi Sammy tudo bom?
    Não conhecia o livro, mas a história parece ser bem interessante, fiquei cativada a lê-lo..

    Beijão

    Clau Preguiça Literária

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  2. Oi Sammy!
    Eu amei esse livro! Quando comecei a ler me vi fisgada de imediato por aquele mistério todo e, mesmo já tendo uma leve desconfiança do que estava acontecendo, acabei me surpreendendo com o final. Foi tão lindo! <3
    De imediato a Rachel não me cativou, eu a achava estranha demais. Mas quando fui conhecendo-a melhor as coisas começaram a mudar. Não caí de amores, mas foi uma personagem que me fez refletir sobre diversas coisas.
    Foi meu primeiro contato com a escrita da Dani e eu amei demais, tanto que li o outro livro dela assim que lançou. Fico feliz que também tenha gostado!
    Beijos

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  3. Olá, tudo bem?

    Eu já tinha ouvido falar bastante desse livro, e bem, inclusive, mas ainda não tive a oportunidade de fazer a leitura dele. Fico feliz que a história tenha te cativado, e espero que também me conquiste quando, enfim, eu puder lê-la. Adorei a resenha e fiquei ainda mais curiosa para conhecer a trama.

    Beijos,
    Dai | Virando a Página

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  4. Acho a capa desse livro tão fofa, sempre quis lê-lo, mas logo no início você me diz que é uma narrativa detalhada e lenta :( Não consigo terminar livros que tenha a história que não me pega logo de cara. Isso é um problema para mim. Gostei de conhecer a história, a sua resenha tá ótima. E assim que der pretendo conhecer a Rachel rs
    Beijos.
    http://www.livrofilia.com/

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  5. Oi, Sammy!
    Eita, a narrativa é lenta D: Confesso que isso me desanima um pouco para ler, ultimamente preciso ficar interessada em alguma coisa na história logo no começo senão largo a leitura :X Mas voce ter gostado muito da história também me deixou curiosa haha a premissa de duas realidades é muito interessante e se o desfecho é muito bom também... é, acho que vou ler em algum momento haha
    Bjus

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  6. Oi Sammy!
    Eu fui uma daquelas que se apaixonou pelo livro, confesso :) Li tudo num dia só, na época do lançamento, completamente fisgada pela história, torcendo pela felicidade da Rachel. Também acho que o melhor é o final, tão simples e inesperado ao mesmo tempo, dando sentido a tudo o que estava pendente.
    Beijos... Elis Culceag.​
    * Arquivo Passional *

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  7. Olá Sammy!
    Eu li A História de Nós Dois de Dani Atkins e foi uma leitura maravilhosa, e fiquei curiosa para ler Uma Curva no Tempo, mas acho que vou esperar. Estou com grandes expectativas quanto ao livro, mas depois de ler sua resenha, vou esperar um pouco para ler com mais calma. Fico feliz em saber que mesmo não sendo o melhor final, a história ainda te emocionou.
    Beijos.

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