Título: Super Desapegada;
Autor(a): Jaqueline de Marco;
Editora: Draco;
Número de Páginas: 220;
Ano de Lançamento: 2015.

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Raquel faz o maior sucesso na internet. Seu blog “Super Desapegada” motiva mulheres a se valorizarem e prega a autoestima sem a presença constante e essencial de um companheiro. Mas fora da web, Raquel não é tão descolada assim... Ela sempre teve um amor platônico por seu melhor amigo de infância, Alan. Mas no aniversário de 30 anos de Raquel, ela descobre que ele está noivo de Bianca, a irmã caçula de seu rival nos tempos de escola, Eric. Para conseguir acabar com o casamento, e conquistar de vez seu grande amor, Raquel precisa se aliar ao sarcástico Eric. Mas logo ela começa a perceber que a união pode render muito mais do que ela imaginava e a aprender que para praticar o tão estimado “desapego” é preciso abrir seu coração para novas experiências... e quem sabe para um novo amor.

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Minha Opinião:

Sabe aquele tipo de leitura que chega para você de forma repentina, apesar da vontade de lê-la já ser um pouco antiga, e por mais que você imagine que ela será bem despretensiosa, acaba por se surpreender com a intensidade e naturalidade da trama e dos seus personagens? Pois é, foi assim que a leitura de Super Desapegada concluiu-se para mim, a história que antes eu imaginava ser apenas mais um clichê romântico do casal que aparentemente não se dá bem mas se gosta apesar de tudo, migrando para uma narrativa leve e descontraída sobre o amor na fase adulta, que trata sobre desapegar do que não existe ou não nos faz bem e sobre o quão importante são as poucas, mas sinceras, boas amizades que cultivamos ao longo da vida.

Na internet, Raquel é uma blogueira super famosa conhecida por todas os conselhos e debates intensos sobre desapego, mas na vida real, ela é uma mulher adulta que em pleno aniversário de 30 anos planeja declarar-se, enfim, para o seu melhor amigo, Alan, com quem tem uma amizade antiga e forte desde os quinze anos de idade. Durante a comemoração, porém, é com surpresa que ela o descobre noivo de uma das colegas da infância, não tão presente na turma com a qual Raquel convivera, mas agora responsável por conquistar Alan. Desesperada por provar ao rapaz que ela é quem é sua alma-gêmea, Raquel acaba por unir forças com Eric, então irmão da noiva e tão insatisfeito com esse casamento iminente quanto ela. O único problema é que rever aquele que fora um dos garotos mais levados e arteiros da infância, com quem não tem memórias tão boas assim, acaba por se mostrar uma verdadeira confusão quando os sentimentos passam a confundir-se dentro dela, levando-a a questionar-se sobre tudo o que tem vivido e quer para si a partir de então.

“Entenda: vontade de ‘beijar na boca’ ou ‘medo de ficar sozinha’ não é amor. São coisas bem distintas! Não confunda, saiba perceber a diferença. Não pense que estar solteira é o fim do mundo, muitas mulheres são felizes sozinhas. A felicidade não vem acompanhada, ou se é feliz ou não se é. Aprenda a não aceitar migalhas. Você não é uma pombinha de praça. Valorize-se!”

Já de início começamos a leitura com um prólogo apresentando o momento exato em que Raquel e Alan firmaram sua então amizade, durante um pequeno acidente na festa de quinze anos da garota que sujou seu vestido de bolo, seguindo, então, para o primeiro capítulo com um post inédito no blog Super Desapegada, em mais um de seus momentos ativos e determinados, pouco antes de ir para o trabalho numa agência de publicidade. Desde então, seus primeiros momentos como a mulher de recém-completados trinta anos que ela é na trama apresentam uma personagem de atitude, bem resolvida com a própria vida e inclusive sua idade, que espera apenas alcançar seu tão sonhado romance com Alan para se sentir-se completa. Os planos do rapaz, porém, são outros, e ao longo da história, apesar da narrativa em terceira pessoa, vamos nos envolvendo e até mesmo apegando-nos à protagonista, por entre seus altos e baixos rumo à interromper o casamento do amigo sem ele saber.

“Apaixonar-se pode mudar você. Ou te revelar, ainda não tenho certeza. O fato é que você passa a agir de forma totalmente diferente e a tomar decisões que, em tempos normais, jamais tomaria. Virei uma vilã. E não me orgulho disso.”

Confesso que fiquei inicialmente reticente à medida que o plano de Raquel, em parceria com Eric, se desdobrava e as coisas começavam a acontecer, mas ao mesmo tempo a carreira profissional da personagem se vê prestes a ascender ainda mais, ao ficar responsável por uma convenção de games tão grande e importante quanto a Crazy Games. O problema, nesse meio tempo, de certa forma, é que ela não irá passar por isso tão sozinha quanto ela imaginava. Como dono de uma das empresas a participar do evento, Eric acaba por precisar manter mais contato do que o esperado com a garota com quem não tivera uma boa relação quando mais novos, o que acabará por desencadear uma verdadeira confusão nos sentimentos neles, principalmente em Raquel. Porque, querendo ou não, apesar da postura de 'desapegada' nos textos do blog e da determinação e agilidade no âmbito profissional, por trás das más intenções do plano de acabar com o casamento de Alan, são notáveis as inseguranças da personagem com relação ao amor como um todo, ao mesmo tempo em que, porém, ela também se dá, aos poucos, a chance de amadurecer de verdade e seguir os próprios conselhos tão elogiados pelas leitores de seu blog, por mais que isso possa destruir o conto de fadas com o qual ela tanto sonhou.

“Se tinha algo que aprendera com seu blog é que no coração ninguém manda.”

Por causa disso, eu acabei por me surpreender muito com a personagem e por acabar simpatizando tanto com ela ao longo da leitura. Raquel é tão humana e a forma como suas ideias vão mudando e amadurecendo mais - mesmo já com seus trinta anos, mas a gente nunca deixa de aprender com nossos erros nessa vida, isso é fato -, conquistando a confiança do leitor no decorrer disso, assim como também dos demais personagens da trama. Estes, por sua vez, também desempenharam seus papéis lindamente na história, cada um a seu modo. Gabriela e Ian, colegas de trabalho de Raquel, que me cativaram e divertiram à beça mesmo nas poucas cenas em que apareciam, ele mais ainda pela forma sincera e direta com que tenta ajudar Raquel a superar a situação, bem como Alan e Bianca, os então noivos do pedaço, que da mesma forma já estavam envolvidos na vida de Raquel, mas que se firmam ainda mais com uma relação que, já nas últimas páginas, arrancou-me lágrimas de emoção e alegria, de verdade! O único que me deixa um pouco indecisa - mas só um pouco, rs - é Eric, por ser tão apresentado como um garoto levado na adolescência que evoluiu para um homem mulherengo e desleixado, que mais se provou, na verdade, para mim, como alguém que andava tão inseguro e perdido, de certa forma, no âmbito amoroso, assim como nossa protagonista. Ainda assim, cativou-me demais, por apresentar-se não apenas como um amor em potencial, mas até mesmo como alguém atencioso e responsável, principalmente quando em relação a sua própria família.

Assim, Super Desapegada concluiu-se para mim como um chick-lit nacional deliciosamente divertido e envolvente escrito por Jaqueline de Marco, com personagens igualmente carismáticos que poderiam ser muitos dos adultos que conhecemos na vida real. É definitivamente um romance a se indicar quando se quer algo visivelmente despretensioso que, no entanto, tem seu toque especial na hora de envolver e prender o leitor à leitura de tal forma que a vontade de parar mesmo é só quando se terminar o livro - com um visível gostinho de quero mais, ainda assim, após as despedidas desse elenco de personagens que muito me cativou. Recomendadíssimo!

7 Comentários

  1. Olá, Sâmella.
    Já tinha visto esse livro por ai mas não sabia do que se tratava. Achei que era de autoajuda hehe. Gosto muito do gênero e leria ele com certeza. Achei engraçado você falar sobre a idade da personagem e sobre ser madura hehe. Quando a gente tem quinze anos acha que 30 é velho e que tem a obrigação de saber tudo, mas depois que chega nessa idade que percebe que não sabe nada e que tem tudo ainda para aprender hehe.

    Blog Prefácio

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  2. Oi Sâmela,
    Eu gostei bastante da premissa do livro, vale destacar que o caso da Rachel não é tão diferente do que vivemos atualmente, muitas pessoas tem uma vida virtual bem diferente da real. Eu já me simpatizei com os personagens do livro. Eu até fui pesquisar mais sobre ele no google e me deparei com um blog do livro, com uma proposta bem interessante, não sei se já está em prática que é um booktour. Um livro irá passar nas mãos de vários blogueiros seguindo uma lista, cada blogueiro será responsável por passar o livro para o próximo da lista. Achei a ideia bem legal!
    Fiquei bem interessada em saber se Rachel desistiu do amigo ou se conseguiu ficar com ele, ou ainda se encontrou um novo amor. Adorei sua resenha!
    Beijos

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  3. Oi Sammy!
    Então, já quero super esse livro! Fui lendo sua resenha e me enxergando na Raquel. Não a eu agora, mas sim a minha eu mais novinha. hahaha Já passei pela fase do "estou apaixonada pelo meu amigo" e sim, tentei mostrar a ele de todas as formas possíveis que era a alma gêmea dele. Graças a Deus não deu certo (kkkkkkkkk, depois que passa e não dá certo é que a gente percebe a furada da qual se livrou), mas ficou a história pra contar.
    Como eu adoro chick-lits, com toda certeza vou adorar a história. Espero que a pobre da Raquel consiga ter seu final feliz com o amigo ou com algum outro rapaz que venha a aparecer.
    Beijos

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  4. Oi tudo bem?
    Eu não sei se no momento eu leria esse livro se aparecesse a oportunidade, nesse momento pela capa pensei ser mais um clichê, que bom que você fala que não é só um romance, mas com temas pertinentes hoje em dia, desapegar, desapegar das coisas que não tem importância ou daqueles que não se importam conosco. Se eu fosse ler seria por causa dessa questão sabe, nem tanto pelo romance. Mas não sei se isso é muito presente na obra. Beijos.

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  5. Olá Sammy,

    esse é um livro que possui uma premissa bem interessante, chick-lit é um gênero que tem me conquistado, gostei também pelo fato de ser nacional a obra e confesso que desconhecia. Fico contente que tenha gostado da leitura, que ficou aquela vontade de "quero mais". Outro fato primordial é a construção dos personagens e nesta obra eles parecem ser carismáticos. Vou pesquisar mais sobre o livro. Bjusss

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  6. Oii, Sammy! Tudo bom?
    Li esse livro há uns 3 anos, ainda era com a capa antiga, e amei demais a leitura. Adoro um bom chick lit, e me diverti bastante com a leitura. Realmente a personagem é bastante real, e amadurece com o tempo. Gostei bastante da trama, e amei a nova capa! Espero que a autora escreva mais!
    beijos
    www.apenasumvicio.com

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  7. Oie!
    Não conhecia esse livro, mas adoro um bom chick-lit ainda mais nacional! Tive poucas experiências desse gênero na literatura nacional mas as poucas foram ótimas experiências e posso dizer que fiquei interessada em Super Desapegada mesmo tendo uma premissa um pouco cliché.
    Beijos,
    Andy - http://www.starbooks.com.br

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