Título: O Grande Ivan;
Subtítulo: O gorila mais legal do mundo;
Autor(a): Katherine Applegate;
Editora: #irado (Novo Conceito);
Número de Páginas: 288;
Ano de Lançamento: 2014.
Livro no Skoob


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Meu nome é Ivan.
Eu sou um gorila.
Não é tão fácil quanto parece...
Ivan mora dentro de um shopping e nunca tinha pensado em voltar para a natureza até o dia em que a pequena Ruby, um filhote de elefante, foi comprada pelo dono do circo.
Baseado em fatos reais, O GRANDE IVAN é uma história deliciosa, cheia de humor, ao mesmo tempo doce e inteligente, sobre os direitos dos animais e sobre a força da amizade.
Não importa quantos anos você tem... Você deveria ler este livro hoje, agora mesmo. Aliás, o que você está esperando para começar?

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Minha Opinião:
Resenha escrita por mim e originalmente publicada no blog Da Imaginação a Escrita - aqui.

Ivan fora um gorila real que ganhou a atenção e o carinho de diversas pessoas ao redor do mundo a partir do momento em que fora resgatado em meio à falência de um shopping, onde vivera longe de quaisquer outros de sua espécie por quase três décadas. Não muito diferente, no livro de Katherine Applegate, inspirado na mesma história, Ivan é um gorila que desde muito pequeno, ainda filhote, viu sua família ser morta por homens e, em seguida, arrancado de seu habitat para ir morar na cidade. Cresceu convivendo entre os humanos, ao ponto de perder os hábitos próprios de sua espécie, uma vez que não havia nenhum outro gorila ao seu redor. Logo mais, foi inserido como uma das principais atrações do Saída 8, Grande Shopping e Fliperama, com mais outros animais sem rumo e então residentes de jaulas, que ele chama de domínios. Por entre algumas poucas mas importantes amizades e a paixão inusitada dele pelas artes, a vida que até então ele levava de forma pacata e sem maiores expectativas muda, aos poucos, com a chegada de Ruby, uma filhote de elefante que, diferentemente de todos ali, precisa de uma chance para crescer e ter uma vida diferente. E antes que se dê totalmente conta, Ivan estará engajado em proteger a recém-chegada, da melhor forma que ele puder. 

Esse livro foi lançado ainda em Dezembro de 2014 pela Editora Novo Conceito, selo #irado, mas confesso que, à leitura da sinopse, não senti muita vontade de lê-lo. No entanto, não demorou até que pipocassem os elogios ao livro de Katherine Applegate, e foi quando me vi intrigada em saber qual era o diferencial apresentado em O Grande Ivan, que apesar de fazer parte do selo infantojuvenil da editora, tem muito a cativar e a ensinar os leitores adolescentes e mesmo os adultos. Isso porque, no fim das contas, tive o prazer de constatar que Applegate não apenas é merecedora dos comentários positivos que li à respeito do livro, bem como ela, provavelmente, ainda tem muito a nos surpreender positivamente em obras futuras.

“— As lembranças são preciosas. [...] Elas nos ajudam a ser quem somos.”

A narrativa, em primeira pessoa, se inicia com uma breve apresentação sobre Ivan, por ele mesmo, e aos poucos a autora nos insere no cotidiano e nos devaneios rotineiros do gorila. Conhecemos seus amigos, sua rotina e seus pensamentos, e uma vez que o livro possui uma diagramação mais dinâmica, temos uma fonte grande e um espaçamento bem maior do que de costume, além de algumas figuras distribuídas ao longo da história, tornando possível, em pouco tempo, dar conta de um bom número de páginas de uma só vez, de tão leve que são os capítulos iniciais, que mais parecem pequenas crônicas do próprio gorila, além de curtos. 

O livro trata-se de um infantojuvenil, como já citei, mas não pense que, por isso, a dose natural de emoções não está presente. Na verdade, ela está o tempo inteiro na trama, nas entrelinhas. Além disso, a sagacidade e delicadeza com as quais Katherine discorreu sobre o passado e o presente de Ivan, em um retrato comum da vida de muitos animais criados clandestinamente em cativeiros ou abrigos que funcionam indevidamente - ou simplesmente, no caso de um circo que não tem estrutura suficiente, o que é quase o caso de nosso protagonista -, foi tão certeira e bem desenvolvida que, apesar de não derramar nenhuma lágrima, tive alguns bons choques de realidade enquanto o lia. Pois, ao mesmo tempo em que acompanhamos a vida rotineira do gorila, também nos deparamos com referências sutis na trama sobre a triste realidade que é a desses animais retirados de seu habitat natural para serem obrigados a fazerem o que os humanos querem, mesmo contra a sua vontade, e todas as demais decorrências a partir daí, como ocorrido com Ivan, que passara tanto tempo entre os seres humanos que esqueceu-se de como age a sua própria espécie. Por muitas vezes me vi com o coração apertado pela forma aparentemente indireta, mas não menos sensível, com que Ivan descrevia algumas dessas situações no shopping, e, mais difícil ainda, imaginar que isso continua a se repetir nos dias atuais, em muitos lugares ao redor do mundo, onde, por muitas vezes, o direito à vida desses animais é negado pelo ser humano.

“— Sou o Grande Ivan — murmuro.
— E jamais se esqueça disso — ele ordena.”

Os personagens, também, em um contexto geral, são muito bem desenvolvidos. Sem muitos destaques, uma vez que a sua única opção é cumprir a rotina que sempre tiveram, mas, apesar dessa visível calmaria, não deixam de ser personagens encantadores e cativantes, principalmente Stella, uma elefanta já adulta, grande amiga de Ivan e muito querida por todos no lugar. Também temos Bob, um cão vira-lata que, apesar de não fazer parte do Saída 8, está sempre entre o domínio de Ivan e Stella, a quem tem como amigos, e Ruby, por fim, que também é uma elefanta muito meiga e curiosa, apesar de frágil e insegura por tudo o que passara até então. Também acompanhamos alguns personagens humanos, que apesar de não interagirem diretamente com os animais, também desempenham seus papéis de forma muita ativa, alguns deles, muito vezes, ajudando e dando carinho à Ivan e seus amigos, como Júlia, filha do faxineiro do shopping, sempre presente entre as jaulas de Stella e Ivan, e amiga dos animais.

No fim das contas, O Grande Ivan é uma história cuja leitura é recomendada não apenas para a faixa etária já sugerida do livro, que são as crianças e os pré-adolescentes, mas os jovens e adultos, que também conseguirão se envolver muito com a leitura e tirar pequenas, mas valiosas, lições diversas desde amor aos animais, amizades e esperança, embora que de uma forma totalmente diferenciada, pela visão de um gorila. Vale ressaltar, porém, que, uma vez que boa parte das primeiras páginas se segue na rotina de funcionamento do shopping, a narrativa em si não é das mais ágeis, à princípio, mas isso não atrapalha o avanço da leitura, tanto é que o li durante um fim de semana. É uma história que, apesar de não ter virado um dos meus favoritos, me cativou e me emocionou muito pela sensibilidade e delicadeza, e espero ter a chance de conferir mais livros da autora, porque ela sabe como desenvolver bem uma história, e certamente tem ótimas histórias a contar, tanto fictícias como baseadas na realidade.

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Um Comentário

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