Título: Wherever You Go;
Autor(a): Heather Davis;
Editora: Harcourt;
Número de Páginas: 320;
Ano de Lançamento: 2011.
Livro no Skoob


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Holly Mullen tem se sentido perdida e sozinha desde que seu namorado, Rob, morrera em um trágico acidente, e o fato de ela precisar passar a maior parte do seu tempo livre cuidando de sua irmã mais nova e de seu avô com Alzheimer não ajuda em nada. Mas ela não faz ideia de que, ao longo dos dias, o fantasma de Rob tem observado-a, e ele não está feliz em ver seu melhor amigo, Jason, se aproximando de Holly e ajudando-a a cuidar do avô. Seu melhor amigo está mesmo se apaixonando por sua namorada? Só que, bem, como fantasma, ele não pode fazer nada à respeito. Mas, à medida que Holly decide abrir mais seu coração para Jason, o passado volta para assolá-la, com seu avô afirmando estar se comunicando com o fantasma de Rob. Mas as mensagens que ele tem para Holly são reais, afinal? E se são, como Rob poderá superar seu amor e deixá-los em paz?
Obs: sinopse traduzida e adaptada por mim para esta resenha.

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Minha Opinião:

Holly Mullen perdeu o namorado em um trágico acidente de carro, e desde então tem andado se sentindo perdida e solitária. Em uma família cuja condição financeira obriga a mãe a trabalhar quase que o tempo inteiro, resta apenas à Holly manter a ordem no pequeno apartamento onde vive com a mãe, a irmã mais nova e o recém-chegado avô, portador de Alzheimer. Ela só não sabe que, ao longo dos dias, o fantasma de seu falecido namorado, Rob, tem se mantido a observando de longe, enquanto não sabe o que fazer em sua condição invisível aos olhos dos demais - exceto ao avô da garota, que começa a fazer amizade com o rapaz. Nesse meio tempo, Jason, melhor amigo de Rob, começa a se aproximar de Holly e tenta ajudar a garota com os inconvenientes do dia-a-dia devido ao Alzheimer do avô, e uma relação inesperada começa a se estabelecer entre eles, coisa com a qual Rob não concorda. E uma vez que ele começa a provocar a incredulidade de todos ao comunicar-se com o idoso e a garota começa a se sentir sobrecarregada com a responsabilidade familiar, Holly terá de se decidir pelo o que quer fazer realmente de sua vida, antes que os problemas se acumulem novamente e seja tarde demais.

“Closed the door on a lot of things that had happened in this house. His mom hadn’t been there for him when Rob had died. Hadn’t been there for him when things were falling apart with Faith. But maybe some people weren’t equipped to be there for you. Maybe some people could barely help themselves.”
- Página 29

Já é o terceiro livro que leio em Inglês, e o segundo só esse ano, e fico feliz em poder afirmar, novamente, que tive êxito em mais uma leitura no idioma. Com um Inglês fácil e prático, em uma narrativa simples e por vezes densa emocionalmente falando, Heather Davis nos apresenta a história conturbada da jovem Holly, que no auge dos seus 16, 17 anos, já tem que se virar como responsável pela casa, uma vez que a mãe praticamente vive para trabalhar e sustentar a família, pela ausência do pai da garota. E como se não bastassem as preocupações e pressões naturais da fase, perante à escola e à futura faculdade, ela ainda tem que se preocupar com os cuidados de uma irmã caçula enérgica e de um avô recém-chegado à casa e portador de Alzheimer. O fato de ela ter perdido o namorado há alguns meses em um acidente só piora seu estado emocional no momento, então é visível a densidade da situação vivida pela garota, e mais do que nunca, por mais que sua mãe inicialmente não queira admitir, ela - bem como toda a família - precisa de ajuda.

“’How does that happen?’ Jason asked. ‘How do you just decide that you don’t love someone anymore?’
Peter laughed uncomfortably. ‘That’s a good question. Maybe people aren’t who you think they are. Or maybe they just change over the years.’
[…]
‘People change. I can’t put it more simply than that.’
‘So, you changed,’ Jason said.
‘We all change.’”
- Páginas 70/71

Por si só a história já instiga pela sua dramaticidade, por acompanhar o quão densa é a vida da Holly e como está seu emocional perante todos os problemas enfrentados até então, mas a autora traz ainda mais dois pontos de vista além da Holly, deixando, de certa forma, a leitura menos densa e até mais dinâmica. Além do principal, em primeira pessoa, por parte de Holly, acompanhamos capítulos em terceira pessoa destacando a presença de Jason, então melhor amigo de Rob e que começa a se aproximar da (ex-)namorada deste, mais o ponto de vista do fantasma do próprio Rob, que apesar de falar em primeira pessoa, encara a si mesmo em terceira pessoa, diferenciando seus pontos na narrativa e dando-lhe uma certa peculiaridade. Dessa forma, acompanhamos o ponto de vista dos personagens, desde o prólogo narrado por Rob, até o tão esperado desfecho, sentindo as tensões e pressões da protagonista como se estivéssemos em seu lugar, ao mesmo tempo em que pequenas fagulhas de esperança começam a surgir em seu caminho.

“It’s funny how nothing can happen for a long, long time and then everything comes all at once.”
- Página 138

Holly, por si só, é uma protagonista, eu diria, previsível, sem ser marcante, apesar de, porém, manter uma compostura firme por fora para cuidar de sua família, mesmo quando seu interior está desmoronando em inseguranças, anseios não atingidos e desesperanças. A mãe dela, apesar disso tudo, insiste que elas podem continuar levando a vida sem a ajuda de uma assistente social, e acaba por sobrecarregar a filha, sem se importar sequer com a chance dela em fazer a faculdade e se estabilizar profissionalmente, em algo com o qual Holly queira trabalhar. Por diversas vezes, então, tive vontade de socar a mãe dela, por não enxergar direito a filha, mas acabei me acostumando e ignorando-a porque ela própria não aparece tanto na história como deveria, nem mesmo para dar atenção ao próprio pai, que sente a falta da filha, e que devido ao Alzheimer, vez por outra coloca Holly em pequenos vexames no dia-a-dia.

“’When you grow older, you love again, and the new love feels so different that the love before feels like make-believe. The way you love changes throughout your life. Even the way you love the same person changes.”
- Página 161

É em meio a isso que Jason começa a se aproximar de verdade da garota, uma vez que só a conhecia, antes, por ser a namorada do seu melhor amigo. Aos poucos, e sem dar qualquer atenção às críticas dirigidas por seu amigo Mark, ele acaba quebrando os muros que distanciam o emocional de Holly das outras pessoas, e procura se fazer presente na vida dela o máximo que pode, mesmo que ela proteste contra. Apesar de não ter sido tudo de maravilhoso que os mocinhos costumam ser em muitos livros, gostei muito da participação do Jason justamente por ele não ser o estereótipo da perfeição masculina, mas um rapaz normal como qualquer outro, que por ventura se apaixonou por aquela que fora namorada do seu falecido melhor amigo, e que tenta ajudá-la mesmo que a própria vida também não esteja tão boa quanto parece. Em termos de simplicidade e naturalidade, esse casal inesperado conseguiu me convencer por não serem dotados apenas de qualidades, mas também de defeitos e alguns dramas e complexos internos, que apesar de irritarem em alguns momentos, ainda assim é capaz de aproximar ainda mais o leitor da leitura e seus personagens.

“’Every moment of the day, you have him with you in your memories. That love will always be alive. You don’t have to let the love go – just the pain.’”
- Página 218 -

Apenas com relação ao próprio Rob eu tive certo receio e, ao mesmo tempo, uma certa surpresa positiva. Isso porque, ao ver a sinopse, soa como se ele tentasse, no que estivesse ao seu alcance, derrubar a relação inesperada de Holly e Jason, mas no livro, isso não acontece realmente. Ele tem sim seus momentos de se recusar em aceitar essa aproximação, e chega a ser bem estressado em alguns momentos, mas não é como se a presença dele fizesse uma diferença na relação em si do casal, o que, de certa forma, eu achei bom. Por outro lado, ele também não é um personagem muito fácil de simpatizar, uma vez que, apesar de amar muito a namorada e a família, acabou por sucumbir muito depressa - e de forma muito arriscada, devo ressaltar - a pressão emocional pela qual ele passava antes do acidente acontecer. Acompanhamos sua participação no enredo apenas como fantasma, mas mesmo assim fica perceptível que sua personalidade não era tudo aquilo, em vida, como o que era ressaltado e elogiado pelos amigos e familiares. No fim das contas, eram só aparências, e em sua então condição de fantasma, aos papos com o avô de Holly, é que ele terá a chance de, ao menos, reconhecer toda a bola de neve que ele desenvolveu e os resultados dela. Dessa forma, não é como se ele fosse um personagem muito bom, mas em termos de enredo, ele cumpre bem seu papel, muito embora esse papel só passe a ficar mais claro na história ao se aproximar do final do livro.

“’She lost the boy she loved, but that doesn’t mean she won’t love again, that she doesn’t love you,’ Mona said. ‘You can remember someone you loved and still love someone new.’”
- Página 239

Os demais personagens, no fim das contas, também cumpriram bem seus papeis. Os pais de Jason, igualmente ausentes e então em processo de separação, não enxergam como anda o emocional do próprio filho, apesar de, ao menos, tentarem reparar esse erro em algum momento ou outro próximo ao final. Outras participações menores também tiveram sua tarefa cumprida no enredo, como Faith, ex-namorada de Jason, que conseguiu quebrar o estereótipo da "ex-namorada chata e metida", sendo a simpatia em pessoa, apoiando mesmo a possível relação de Jason com Holly, e Marisa, então amiga de Holly, e que procura ajudar a amiga com uma aproximação de conselho e gentileza, apesar de também não ter tanta amizade assim com ela para conhecer a fundo o que ela sente em relação as 'pontas soltas' deixadas por Rob após sua morte. Mas dentre todos os personagens, Mark, amigo de Jason, foi sem dúvida, o que eu mais desgostei. Apesar do título de suposto melhor amigo de Jason e Rob, ele não passou de um personagem que se aproveita da insegurança dos amigos e que se preocupa com aparências e futilidades. Ao desaprovar a aproximação de Jason com Holly, ele passa a interferir sutilmente no caminho do amigo, e só me chateei com o Jason nesses momentos por ter aturado alguém tão falso e fútil como o Mark por tanto tempo, mas, bem, isso também faz parte daquele fator de realidade do livro, sobre personagens com defeitos e qualidades - apesar de que não vi qualidades no Mark, mas, enfim...

“’God knows I don’t have all the answers, but what I’m trying to tell you is that when someone cares about you, you don’t push them away.’”
- Página 284 -

No fim das contas, temos uma leitura agradável e que se segue em ritmo constante, que prende bem a atenção do leitor e cumpre com seu objetivo. Personagens bem explorados e desenvolvidos, um enredo bem construído, com uma dose de sobrenatural, e um romance leve e simples, que apesar de não ter toda a emoção que a maioria dos romances costuma ter, ainda assim, foi satisfatório. Heather Davis estava certa sobre o que fazer no enredo e, de certa forma, não deixou pontas soltas e a sensação de leitura concluída após fechar o livro é real, de forma que não se quer nem mais, nem menos do que ocorreu nesse livro, porque ele por si só já é bem construído e bem concluído. Ressalto, porém, que gastei uma quantia considerável de post-its durante a leitura; algumas passagens do livro são muito verdadeiras e, além de fazerem jus a situação em que os personagens se encontram, também são quotes incríveis para se lembrar e favoritar. Definitivamente, mais uma boa leitura em Inglês e que eu certamente recomendo.

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5 Comentários

  1. Gosto demais de dramas adolescentes, acredito que quando bem desenvolvido são ótimos.
    Tenho que ler mais em inglês, inclusive.
    A Holly leva uma carga dramática bem pesada, ser praticamente responsável pela casa, avô com Alzheimer, não deve ser uma das coisas mais fáceis de se carregar. Ela pode ser previsível, mas ainda assim uma boa personagem!
    Se for publicado no Brasil, gostaria de ler.
    Beijinhos, Helana ♥
    In The Sky, Blog / Facebook In The Sky

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  2. Adoro esse tipo de livro levemente dramático. A história de Holly me pareceu ser bem interessante pois traz um empasse entre ficar ou não com o melhor amigo do namorado morto, além de tratar de uma doença muito comum nos dias de hoje. Gostei bastante do fato de ser um livro em inglês. Adoro ler livros em outros idiomas. Parabéns pela resenha e boa sorte com o blog.

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  3. Oi, Sammy! Primeiramente que post mais lindo! Fiquei surpresa quando afirmou ter traduzido a sinopse e que havia lido em inglês, tenho muita vontade e curiosidade de começar a ler livros em inglês mas sempre tenho minhas dúvidas sobre pelo qual começar... Enfim, sobre a resenha, ela está fantástica, gostei das quotes e também da ideia-núcleo, gosto de livros que tragam Alzheimer e também que falem sobre espíritos. Achei bem intrigante essa junção! Acredito que seria um livro que eu leria :D

    Parabéns pelo post!

    Um beijo, Carol
    Blog com V.

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  4. Oi Sammy!
    Adorei a resenha!
    Como te falei lá no face, esse ano vou me arriscar (finalmente) na leitura em inglês e escolhi o Don't you forget about me, por parecer ser uma leitura mais tranquila, com uma linguagem mais simples. Meu inglês não é bom, tenho uma dificuldade muito grande pra ler e sei que isso se dá por conta da falta de prática.
    Gostei demais do enredo desse livro. Adoro um bom romancinho, ainda mais quando ele é tão inusitado. Achei diferente isso do fantasma do Rob aparecer e ficar observando a Holly. Até hoje só li um livro com essa pegada e gostei demais. E esse parece ser uma leitura bem leve e bonitinha.
    Fico feliz que tenha gostado do livro e que tenha sido uma boa leitura. Se não me engano ele estava na lista dos livros que me indicou, vou olhar depois pq deixei anotadinho no caderno de leituras.
    Fiquei bem curiosa pra saber mais da história, pelo que me conheço acho que vou gostar bastante.
    Beijos

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  5. Oi, Sammy! Tudo bom?
    Achei muito legal esse enredo. Vi 'fantasma' e já fiquei interessada, faz tempo que não leio uma obra do gênero. Poxa, Holly tem bastante peso nas contas hein? Deve ser uma daquelas personagens que acabamos que por admirar. Fiquei curiosa para ler a história, principalmente por saber que Rob também narra, e tem toda essa peculiaridade.
    Eu baixei vários livros em inglês, dá dica que você me deu!, mas não lembro se este estava junto dos que eu peguei. Pelo quote parece ser bem fácil de compreender. Quero me aventurar em algum.
    beijos

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