Título: Guardiões;
Autor(a): Monique Lavra;
Editora: Igmo [segunda edição];
Número de Páginas: 278;
Ano de Lançamento: 2013 [segunda edição].
Livro no Skoob


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Já parou para pensar de onde surgiram certas lendas? Como são criadas algumas histórias? E que muitas vezes o que nos é apresentado como ficção, fruto da mente criativa de algum escritor, pode ter surgido de uma história verdadeira? Você acredita em vampiros? Alice não acreditava. Mas acabou descobrindo que o mundo não era como imaginava. E que mito e realidade se confundem em alguns momentos. Alguns segredos devem permanecer ocultos. Ela não sabia com o que estava se envolvendo. Só tinha uma certeza: precisava lutar. Ela jamais será a mesma depois dessa batalha. Suas convicções podem mudar depois de ler este livro.

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Minha Opinião: 

Alice Hacker é uma moça recém-saída do Brasil que acaba de desembarcar em Londres. Após perder o pai em um assassinato, ela espera poder conhecer melhor suas origens familiares retornando ao lugar onde nascera, ansiando pela companhia da avó. O que encontra lá, porém, é uma versão ainda mais debilitada da senhora, que após um breve encontro com a neta, já no hospital, vem a falecer, mas não sem antes tentar alertá-la sobre o passado obscuro que a moça desconhece mas que logo mais passará a conhecer. Edwards é um dos encarregados de se aproximar e cuidar da jovem, juntamente com o apoio de Lauren, a advogada da avó de Alice, e atual detentora da propriedade dos Hacker, que também corre certo perigo numa história que, até onde Alice acreditava, era apenas uma ficção. Enquanto tenta desvendar os segredos de uma família e de um passado rodeados pelo sobrenatural, ela se depara com pessoas que estarão dispostas a ajudá-la ou atrapalhar completamente seus planos. E saber diferenciar em quem ela poderá confiar, no fim das contas, será mais do que necessário...

Com uma narrativa fluida e fácil, Monique Lavra nos conduz em um novo enredo vampírico, onde o leitor embarca numa jornada atrás de segredos juntamente com a protagonista, e surpreendendo-se a cada capítulo. Dos acontecimentos previsíveis aos mais inesperados, acompanhamos um enredo naturalmente sombrio e bem construído, mas que, no entanto, deixa a desejar em alguns pontos durante a leitura e seu desenvolvimento.

“- Você precisa fechar os olhos da razão ou não vai conseguir enxergar a verdade, mesmo que ela esteja debaixo do seu nariz.”

Alice embarcará numa jornada para conhecer um passado familiar totalmente desconhecido por ela, porém, a realidade não vem tão facilmente, e após uma certa insistência, ela descobre que a história do vampiro mais famoso da literatura, na verdade, é mais real do que parece, e que toda a sua família está tristemente ligada à ela. Consequentemente, distante do clima quente do Brasil, ela encontra-se em perigo constante por entre o clima úmido e por vezes sombrio das ruas de Londres, compartilhando apoio apenas com Edwards e Lauren. Até aí, tudo bem. O primeiro incômodo surge mesmo é quando, mesmo com todo esse clima de perigo e de desconfiança, ela conhece aqueles que viriam a ser seus supostos pretendes em um triângulo amoroso bem típico, e mesmo sem ter certeza alguma sobre os dois homens, ela insiste que não tem problema de encontrá-los e acabar por envolver-se. Nesse ponto, um romance principal se desenvolve, e é quando o segundo incômodo surge, devido ao romance muito meloso. Junto a isso, a impressão que me deu é que ela não estava se importando muito com a própria segurança como deveria, já que em tão pouco tempo em Londres ela já se permitiu envolver seriamente com um deles, e logo mais, mesmo que indiretamente, com o outro. Isso não foi uma atitude muito racional para mim por parte dela, dada as circunscâncias, e me irritou bastante,

Passado isso, já estava pensando em relevar o romance apressado, quando me deparo com algumas situações cujas tensões foram provocadas de forma muito forçada. A partir desse desenrolar também, personagens como Edwards e Lauren, que eu até havia gostado no início, passaram a agir muito no automático e passaram por mim com uma personalidade meio apagada, mesmo eles sendo de grande importância na história. Durante as discussões a respeito de toda a tensão, também, os personagens mudam um pouco bruscamente de opinião em alguns momentos, baixando ainda mais, para mim, os pontinhos de personalidade. Foi quando me vi indiferente à eles e seguindo a leitura sem estar completamente envolvida com o enredo.

“- Eu me apaixonei de verdade por você. Estava disposto a ser uma pessoa melhor. O que eu recebo em troca? Vocês humanos têm mesmo que morrer.”

Porque, na minha opinião, os personagens agiram, por muitas vezes, como adolescentes, e não como os jovens adultos que realmente eram. Alice, principalmente, era muito determinada, mas em alguns momentos agia de forma um tanto irracional, como já citado no início, sobre seu envolvimento com dois homens desconhecidos mesmo sabendo que deveria tomar cuidado. Edwards, por sua vez, era um personagem que causou-me uma boa impressão à princípio, mas logo perdeu-se na história, agindo de forma muito automática e com uma personalidade vaga; do mesmo jeito foi Lauren, que encaramos como uma advogada bem séria no início, mas que logo mostra-se uma personagem completamente sem graça ao longo da história. Christiaan, por outro lado, era o que mais estava ganhando o meu carinho, a não ser pelo excesso de melosidade no romance com Alice, e logo perdeu-o por completo com suas teimosias e irritações, por vezes, desnecessárias. No fim das contas, acho que só Willian desempenhou um papel realmente à altura do que era necessário, na postura de um homem exigente e formal que escondia boa parte dos segredos do passado da nossa protagonista, mas que tão logo veio a interessar-se por ela.

No fim das contas, Guardiões foi uma leitura boa, mas não tanto quanto eu esperava que fosse. Os personagens foram muito vagos em vários momentos, algumas situações soaram um pouco forçadas e o desenvolvimento, em alguns momentos, foi acelerado. O final, porém, foi desenvolvido de uma forma que me agradou muito, naturalmente tenso e intenso como esperado, mas justo no típico momento "é agora ou nunca", dois personagens tomaram atitudes totalmente incoerentes com toda a postura que haviam tomado anteriormente durante a história. Mas, enfim, essa foi uma leitura que se seguiu ora lenta, ora acelerada, e que apesar de ter tido um final satisfatório, não me anima a ler sua continuação, Guardiões - A Escolhida - ou ao menos, não por enquanto, mas eu posso vir a mudar de ideia, eventualmente. Nesse caso, quanto aos outros livros (que não tenho certeza de quantos serão, agora, mas, enfim...), espero que a autora procure consertar esses pequenos deslizes, porque, no geral, sua escrita tem muito potencial, e o roteiro da história também foi muito bem elaborado. Mas, de qualquer forma, não deixa de ser uma leitura válida para quem gosta de histórias com o tema de vampiros e por histórias com um desfecho cheio de adrenalina. Recomendo.

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