Título: A Bailarina;
Título Original: Ballerina;
Direção por: Eric Summer & Éric Warin;
País de Origem: França/Canadá;
Ano de Lançamento: 2016;
Gênero: Animação;
Duração: 89 min.;
Classificação: LIVRE.

Foto:
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Paris, 1869. Uma sonhadora menina órfã toma uma atitude arriscada para conseguir o que quer: foge para Paris para realizar o sonho de ser uma grande bailarina. Lá ela decide se passar por outra pessoa, e consegue uma vaga no Grand Opera, onde vai aprontar muitas aventuras.

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Minha Opinião:
Aviso: pode conter spoilers.

Lembro como se fosse ontem que tomei conhecimento desse filme, na época, prestes por estrear, e já planejava vê-lo no cinema de tão empolgada que havia ficado, afinal, não é de hoje o meu amor em particular por filmes de animação; muitos do gênero estão entre os meus favoritos, e já imaginava que A Bailarina fosse entrar nessa mesma listinha também. A ida ao cinema acabou não sendo possível devido imprevistos pessoais, mas meses após sua estreia, que se deu em Janeiro aqui no Brasil, pude enfim conferir essa história cujo trailer já havia me deixado deslumbrada com a qualidade gráfica e tudo o que ela parecia prometer. Mas sabe as expectativas? Elas são uma chatice.

Na animação franco-canadense lançada originalmente em 2016, acompanhamos a Paris dos anos 1869 pelos olhos de Félicie, uma menina órfã apaixonada por dança, que sonha em se tornar uma bailarina profissional. A vida no orfanato, porém, não lhe possibilita essa realização, e é assim que, com seu melhor amigo aspirante à inventor, Victor, eles fogem rumo à cidade das luzes para tentar realizar seus respectivos sonhos em uma vida nova. O problema é que, sem com quem contar direito, Félicie começa inicialmente perdida, até fazer amizade com a faxineira do teatro local, Odette, e num ato impulsivo, a garota ainda acaba por assumir a identidade de uma garota rica para estudar balé no Grand Opera e correr atrás de seu sonho.


Como dito antes, as promessas que o trailer fazia com relação à história me deixaram muito ansiosa por ela, mas infelizmente, no que parece ter sido uma junção de expectativas e potencial pouco aproveitado de verdade, eis a minha decepção com o filme. Esse primeiro, bem, sabemos que expectativas em geral, por menor que sejam, são delicadas e podem estragar nossa visão sobre algo, então às vezes pode ser algo mais pessoal também no quesito de opinião, mas quanto ao potencial pouco aproveitado que falei, está aí um fato que tenho visto algumas pessoas ressaltarem assim como eu.

Antes de tudo, começando pelos pontos positivos do filme, é inevitável destacar o trabalho gráfico do cenário e de seus personagens. Já de início o filme tem uma ambientação linda, e os personagens são muito bem desenhados e caracterizados, tanto na aparência quanto em sua personalidade, e a dupla principal, Félicie e Victor, certamente cativam muito os expectadores ao longo da história. Duas crianças que, apesar das dificuldades já enfrentadas em tão pouco tempo de vida e sem estar ao lado dos pais, são otimistas e confiam de verdade em seus sonhos e nos esforços pessoais para alcançá-los. Além disso, temos a amizade tão bem apresentada entre eles, que se apoiam tanto um no outro e estão sempre ali para o que o outro precisar e o que der e vier, então já de início foi lindo ver isso na telinha.

O ponto negativo, porém, conturba um pouco a experiência de assistir o filme como um todo. Acontece que o trailer, já denotando o trabalho gráfico tão belo, é ágil e promete uma aventura deslumbrante e divertida em meio a realização do sonho de Félicie, e em parte é o que acontece, sim. O grande problema é a rapidez com que tudo transcorre no filme, contando uma história que parecia ter tanto mais por trás, mas sem aprofundar nada dela no processo.

Os primeiros minutos de filme já se iniciam com uma certa pressa com a fuga da dupla de melhores amigos do orfanato no interior, rumo a pegar um trem e ir parar em Paris, mas pelo foco ser realmente no balé, isso não me incomodou muito a princípio. Só que então Félicie faz amizade com Odette enquanto esta voltava para casa à noite, e eis o início do meu incômodo real a partir da rápida relação iniciada entre as duas - mesmo quando a mulher já havia se mostrado tão distante à esse tipo de coisa. Não demora muito para avançarmos até o ponto onde Félicie recebe a carta então endereçada à Camille mas, decidindo se passar por ela, começa as aulas na Grand Opera, e isso tudo antes mesmo de atingir a metade do filme direito.

Entendo que, nesse ponto, o filme é voltado mais para crianças e que, por consequência disso, não seja tão obrigatório ter mais do que já está ali, afinal, são apenas 89 minutos de duração, só que esse tempo, apesar disso, também é um dos fatores para me deixar incomodada com a forma como o filme foi desenvolvido. Além dos protagonistas, demais personagens como Odette, Camille, Mérant, Régine e Rudolph, marcam ótimas presenças em um primeiro momento, mas a própria história dá a entender alguns momentos os mistérios que rondam seus respectivos passados, principalmente quanto à Odette, Mérant e Régine, e até o final do filme essa margem continua, e o potencial dela era muito bom para expandir o enredo, mas isso não é aproveitado de forma alguma e tudo simplesmente acontece dando a impressão de é porque tem que acontecer e pronto. Há também uma caixinha de música, que a protagonista ganhara de sua mãe antes que esta morresse, que recebe alguns focos aqui e ali na história, e poderia até ser explorada como algo maior, de forma a lembrar mais da mãe dela ou do início de seu sonho no balé, mas termina o filme como um objeto qualquer. O próprio desfecho, por fim, acontece em menos de dez minutos, contando com uma quase reviravolta por parte da aparente vilã da história que, porém, foi bem mal explorada e, ao menos para mim, nunca esclareceu muito sua real motivação para ter feito o que fez no final.

Então é com uma certa decepção que concluo essa resenha, porque eu realmente esperava muito do film, e ainda que tenha ressaltado o fato sobre ser um filme tecnicamente infantil, isso não impedia, na verdade, que os produtores tivessem aprofundado mais alguns pontos ou personagens do filme para contar uma história ainda mais expansiva do que o trailer revelava. Apesar disso, porém, não deixou de ser um bom filme, e continua sendo uma ótima indicação para assistir junto com seus irmãos mais novos, filhos, sobrinhos, ou mesmo jovens e adultos que curtam animação, mas, desde já, sem esperar muito do filme em si. A qualidade gráfica do projeto, como já disse, está linda e já vale bastante junto aos seus personagens principais cativantes, e então, somado a trilha sonora que também merece destaque pela qualidade e diferentes nuances de composição, apesar dos altos e baixos, A Bailarina é um bom filme de animação que volta a mensagem sobre perseguir os sonhos, não importa quais dificuldades apareçam em nosso caminho. Abaixo vocês podem conferir uma música em particular que me agradou muito no filme e, bem, recomendo sim a animação, afinal.

4 Comentários

  1. Oi Sammy, uma pena que não aproveitaram o potencial total do livro. Acredito que mesmo sendo para crianças, valeria a pena um melhor desenvolvimento.
    Bjs, Rose

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  2. Eu não fazia ideia da existência desse filme!! Achei muito, muito legal porque eu adoro ballet, sou uma grande admiradora dessa arte e com certeza verei essa produção! Obrigada pela dica!! =D

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  3. Olá, lembro quando esse filme foi lançado, mas como foi falado, acabei não dando importância. Imagino que seja uma história linda e esse é um problema nos filmes infantis, já que as crianças perdem o interesse e o filme precisa acontecer de uma forma menos profunda e tal, mas concordo que isso se torna um problema e acho que vai também do roteirista, enfim... Depois vou ver e tirar minhas conclusões. Bjs

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  4. Oi Sâmmy, tudo bem?
    Confesso que li um pouco por cima, porque vi o aviso de spoilers e ainda pretendo assistir ao desenho.
    Achei uma pena você ter se decepcionado, mas é realmente complicado essa questão das expectativas. Eu vivo tentando controlar as minhas para não me frustrar, mas sempre acaba acontecendo.
    O desenho parece ser visualmente muito lindo mesmo, mas que pena que o desenvolvimento é muito rápido e não aprofundou como deveria alguns aspectos.
    Ainda pretendo assistir, mas vou controlar mais minhas expectativas.
    Beijos!

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