Título: Curare;
Série: Devoy #3;
Autor(a): Paula Vendramini;
Editora: MODO;
Número de Páginas: 300;
Ano de Lançamento: 2015.
Livro no Skoob
Veja também: Kassan [Devoy #1]
                      Intueri [Devoy #2]

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Após o desaparecimento de Saori, Celebriant precisa novamente tomar uma decisão que vai além de suas vontades. Ela pode ficar com os rebeldes e ajudar o escolhido na batalha contra os Ocultos, ou procurar por sua irmã, arriscando iniciar uma guerra e ser alvo de um imperador que faria tudo para capturá-la. Muito mais do que ouvir sua Intueri ou aceitar o seu Kassan, a batalha da Devoy agora é fazer o que acha certo, nem que isso possa destruir tudo aquilo que um dia construiu.

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Minha Opinião:
Aviso: spoilers principalmente nos parágrafos dois e três da resenha. Os demais estão mais livres.

Foi há dois anos que li o volume dois da série Devoy, de Paula Vendramini, por mais que a resenha dele só tenha saído no ano passado, e ainda que o gancho do final tenha me deixado totalmente ansiosa pelo terceiro livro, só agora, em 2017, é que pude conferir, enfim, Curare e dar continuidade à jornada de Celebriant e os demais Rebeldes rumo à derrotar os Ocultos. Confesso que, até a leitura de Intueri, a série como um todo, apesar de ter me cativado bastante principalmente no segundo volume, só agora, com esse terceiro, é que veio se firmar entre as minhas favoritas do gênero da fantasia, tamanha a boa construção e desenvolvimento do enredo e seus personagens em Curare, reafirmando a autora em um patamar ainda mais surpreendente e não menos merecido como uma das grandes representantes da literatura fantástica no cenário nacional. Se preferir não ler muitos spoilers, aconselho pular os próximos dois parágrafos e retomar a leitura da resenha no quarto.

[COMEÇO DO SPOILER PRINCIPAL]

Passando-se pouco tempo após os acontecimentos finais de Intueri, Curare se inicia primeiramente com uma introdução particular toda centrada em Lune Devoy, desde criança, sempre tão ambiciosa quanto seus pais. Acompanhamos brevemente algumas cenas da personagem quando mais nova em cenas corriqueiras anteriormente protagonizadas por Celebriant no primeiro livro, mas com a visão inteiramente de Lune agora, evidenciando ainda mais ao leitor, não apenas a sua ambição propriamente dita, mas a raiva e porque não dizer ódio sentido por ela com relação à irmã mais velha que, repentinamente, roubara todo o seu foco ao revelar seu Kassan e conquistar, mesmo sem querer, a posição ao lado de Nicholas Moringan, futuro Imperador dos Ocultos. Já mais crescida, porém, após a fuga e consequente morte da irmã, ela acaba por assumir as rédeas da própria vida e jogar as mesmas estratégias políticas dos grandes Ocultos, por vezes, até, mostrando-se ainda mais astuta, manipuladora e forte do que se imaginava antes. 

Dessa forma, os capítulos iniciais seguem por entre o destaque à Lune e Nicholas, agora recém-nomeado como Imperador dos Ocultos, após a morte de Eurico, alternando com breves cenas dentro da Base Rebelde. Quando Nicholas planeja um esquema para invadir e atacar a base, porém, eles não tem muito tempo para se protegerem, mas ainda que por entre algumas perdas iminentes, algumas famílias rebeldes conseguem escapar e, na tentativa de despistar os Ocultos, o grupo principal formado por Aaminah, Aahbran, Vandreisen, Phoebe e Ulisses segue em uma outra direção. Até então, são alguns bons capítulos sem qualquer sinal da protagonista, Celebriant, até que, quase na metade da leitura, nos deparamos com ela, enfim, juntamente com Ário e Meehiel, na busca por Saori, que fora novamente sequestrada. A jornada deles até então seguia tranquila, até que encontram um familiar da garota, ferido, para logo em seguida serem confrontados por Ceres, à mando de Lune, para tentar recapturá-lo. 

[FIM DO SPOILER PRINCIPAL]

É uma sinopse por vezes extensa olhando assim, mas Curare é basicamente uma reunião de acontecimentos, revelações, lutas e desdobramentos diversos que nem esses dois parágrafos anteriores, na verdade, conseguem expor tudo que realmente acontece nessa sequência pra lá de eletrizante e intensa da série Devoy. Se os livros anteriores ora seguiam com uma leitura mais ágil, ora caíam um pouco o ritmo, nesse terceiro o início até pode ter demorado um pouco a engatar de certa forma, ainda que não deixe de ser instigante, principalmente ao dar à Lune tanto enfoque como ela ainda não havia recebido na série, mas pouco antes de chegar à metade do livro eu já estava presa à leitura de forma que, enfim, só consegui largá-la de verdade ao alcançar o final. Alternando entre a casa dos Moringan, os rebeldes e Celebriant, avançamos a leitura cada vez mais bombardeados por revelações ou acontecimentos que nos pegam tão de surpresa quanto os próprios personagens, desenrolando-se em lutas e aventuras épicas e densas em uma trama que acaba indo além da própria fantasia e entrando ainda mais no ramo político à medida que Lune se faz firmar-se ainda mais como a verdadeira vilã de toda a série.

“— Se não conseguirmos...
Não conseguiu concluir a frase. Só de pensar naquela possibilidade doía.
— Vamos conseguir. — ele segurou a mão dela, dando aquele meio sorriso que ficava tão estranho nele.”

Mas ela, felizmente, não foi a única a desenvolver-se ao longo dos livros. Celebriant, principalmente, consegue superá-la de certa forma em seu grau de astúcia e ação. Chega a ser surpreendente comparar a adolescente por vezes mimada e desajeitada de Kassan, que apesar dos altos e baixos ao encarar a si mesma e seu passado na sequência, veio a mostrar-se uma grande guerreira e porque não, líder, nesse terceiro volume. Qualquer traço de insegurança de antes fora substituído por uma coragem que, ainda que com eventuais abalos, só a destaca ainda mais como humana e sem dúvidas uma das minhas protagonistas favoritas até agora na literatura fantástica. Centrada, ágil, determinada, mas ainda com um carisma lá no fundo e muito cuidado e carinho por aqueles que ama e se importa, Celebriant conseguiu, enfim, me conquistar de verdade em Curare, mostrando bem mais a que veio.

Os demais personagens também mostram uma notável evolução. Sem muitos comentários sobre Aahbran ou Aaminah, afinal, como anciões, sua postura sempre fora única, ainda que o homem, com o passar do tempo, também tenha começado a dar mais chance à Celebriant e passe a acreditar nela tanto quanto sua irmã já o faz. Ário, por sua vez, deixa de ser apenas o garotinho e irmão de Erik Otto, para se firmar ainda mais no enredo e, mesmo não possuindo um poder em particular, não deixa de agir e lutar quando preciso, já mais crescido agora e tão astuto quanto um dia fora seu irmão. Phoebe continua presente, ainda que visivelmente menos do que no volume anterior, mas ainda sendo a curare amiga e fiel que tanto acolheu Celebriant no início. Nicholas Moringan, por outro lado, dividiu-me muito as opiniões, conseguindo por vezes me fazer questionar se ele era mesmo tão ruim como dava a entender, após se deparar com alguns acontecimentos em especial, mas logo me vi equivocada ao pensar isso, principalmente quando o vi sucumbir, de certa forma, à manipulação de Lune e perceber que, ainda que ele seja sim mal de muitas formas, ainda continua não sendo páreo para a outra Devoy, ainda que sua principal fraqueza só seja revelada no final.

“O Curare é um dom divino, Phoebe. Mas para usá-lo temos que dar de nós mesmos, nossas forças, nossa vontade, e pode exigir até nossa vida.”

Dois personagens em especial, no entanto, dividiram ainda mais as minhas opiniões e continuo visivelmente em dúvida sobre o que pensar exatamente sobre eles, ainda que me sinta simpatizando mais com um do que outro. Eles são Ulisses e Vandreisen. Na verdade, Ulisses já começara a me dividir em opiniões desde o final do livro anterior, quando decepcionou-me por simplesmente deixar-se influenciar pela Zandra à respeito de Celebriant, por mais que anteriormente tivesse alegado amá-la. Nesse terceiro volume, então, o vemos mais arrependido da atitude anterior, e ainda que me compadeça de certa forma em razão dos momentos em que ele agiu bem e com a destreza do bom soldado que ele é sim, apesar de tudo, não consegui deixá-lo passar de qualquer forma como par romântico em potencial da Celebriant, e fiquei realmente satisfeita ao vê-la ter mais ou menos a mesma opinião que a minha durante a história, rs. Jean Vandreisen, por outro lado, era uma verdadeira incógnita para mim no volume anterior, mas vem a mostrar-se um pouco mais solto, ainda que fechado a seu modo, em Curare. Se eu já havia afeiçoado-me à ele de alguma forma mesmo por entre suas inconstâncias e rabugices no volume anterior, agora é que me apeguei ainda mais ao personagem, à medida que sua presença em Curare passa a ser ainda mais frequente e ativa, suas atitudes por vezes influenciando diretamente no desenrolar da trama e interagindo bem mais com Celebriant, dando margem para emoções novas remexendo não apenas a Intueri dele, como também a dela, ainda que a situação inteira continue muito confusa e delicada.

No fim das contas, Curare se mostrou uma leitura ainda mais incrível que seus antecessores, firmando-se finalmente como uma das minhas séries favoritas do segmento fantástico, após tanto me envolver, surpreender, fazer suspirar e tensionar junto aos personagens à cada novo acontecimento. Lutas intensas e épicas foram travadas, perdas foram sofridas de ambos os lados, respostas foram dadas ao mesmo tempo que novas questões surgiram, e o futuro de Celebriant e seus amigos permanece ainda mais incerto e delicado do que já estava anteriormente. Uma sequência intensa com direito a provocar todas as emoções possíveis no decorrer da leitura, culminando em um desfecho inesperado e tão inseguro quanto o destino de todos os seus envolvidos, seja do lado dos Rebeldes, seja do lado dos Ocultos, com apenas a certeza de revelações e batalhas ainda mais densas aguardam o leitor nos próximos volumes. Recomendar a leitura dessa série é pouco, APENAS LEIAM. 

7 Comentários

  1. Oi,
    é difícil pra mim comentar em resenhas onde é de livro de continuação, pois quando a gente não lê o livro fica bem confuso.
    A história de Devoy me pareceu bem profunda. Percebi também que os personagens centrais da trama estão bem envolvidos um com o outro, o que é um ponto positivo, já que trás bons conflitos.
    Preciso ler os livros para saber o que achar deles de fato.
    Beijinhos, Helana ♥
    In The Sky, Blog / Facebook In The Sky

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  2. Oi Sâmela.

    As capas dessa série são lindas, a minha preferida é a primeira. Infelizmente eu ainda não comecei a lê-la, e conhecendo os pontos positivos que você deixou na resenha deixa a vontade ainda maior para adquirir os livros. Com certeza deve ser uma leitura surpreendente. Dica anotada.

    Bjos

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  3. Olá,
    Ainda bem que você coloca bem em destaque onde terá spoiler, ai parece que o texto fica piscando para mim e falando "LEIA, LEIA..." ai fico na tentação mas com medo de depois estragar a leitura kkkkk
    Achei a premissa bem interessante e cheia de ação e reviravoltas. Ainda não fiz a leitura de nenhum dos volumes, mas fiquei bem animada principalmente diante do fato de os personagens evoluírem bastante.

    LEITURA DESCONTROLADA

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  4. Oi, parabéns pelo cuidado de informar os spoilers.
    Pela sua resenha dá para notar que esse é um excelente livro do gênero e notamos também sua empolgação falando dele, mas, como não sou nada fã de literatura fantástica, esse é um livro que não estaria na minha estante, apesar de todos os elogios. Mas sei que essa é uma ótima dica para os fãs do gênero.
    Quem sabe um dia, né? Tudo pode acontecer hahaha. Beijos!!

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  5. Eu ainda não conhecia essa série!
    A capa é linda, com certeza eu pegaria em uma prateleira para ler a sinopse.
    E se ela fosse boa como a empolgação da sua resenha mostra, certamente iria para o carrinho de compras.
    Ótima resenha!
    Certamente deixa aquele gostinho para conhecer toda a série as personagem a fundo...

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  6. Oi Sammy!
    Menina, que recordação boa você me trouxe. Eu li apenas o primeiro livro dessa série, Devoy - Kassan, e sou apaixonada demais por ela. Quero muito continuar a ler os demais livros, afinal de contas o primeiro termina em uma cena tão OMG"!" que não tem como a gente não querer mais. O problema é que o tempo passou, me atolei de leituras e quando vi, não tinha lido.
    Pulei os spoillers, claro, porque pretendo continuar a leitura. Acho que quando comprar ele e Intueri irei reler Kassan, pra refrescar a memória.
    Celebriant não era a minha personagem preferida, em muitas partes ela me tirava do sério. Meu xodó é a Saori. <3
    Adorei sua resenha! Por mais que eu não goste tanto de fantasia, essa é uma série que sei que vale demais a pena.
    Beijos

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  7. Infelizmente não curto muito essa linha literária. Mas sua resenha me pareceu muito boa.
    Seu entusiamos fez parecer uma ótima leitura!Logo, vou anotar para futuras indicações.
    Admito que li as partes com spoiler sem problemas porque não entendi muita coisa. Kassam, ocultos... acho que só lendo mesmo pra entender. E os nomes utilizados na obra? Super diferentes!! :D

    Parabéns pela leitura e resenha!!

    beijinhos


    Ana
    https://literakaos.wordpress.com/

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