Título: A Música que Mudou Minha Vida;
Autor(a): Robin Benway;
Editora: Galera Record;
Número de Páginas: 368;
Ano de Lançamento: 2009.
Livro no Skoob


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A vida de Audrey Cuttler não tem sido a mesma desde que aquela música chegou ao topo das paradas. Ela só queria ir a shows, andar com seus amigos e, talvez, arrumar um encontro com o gatinho do trabalho, mas agora Audrey é... famosa!
Não famosa do tipo coisas-grátis-e-crachás-para-o-camarim. Famosa do tipo paparazzi-escondido-nos-arbustos, o pior-momento-da-sua-vida-estampada-por-toda-a-primeira-página. Tudo por causa da música que o ex-namorado fez sobre o rompimento dos dois - o hit do momento, quer dizer, um desastre!
Audrey não quer ser a garota dos refletores, mas uma vez que o mundo decide que ela é uma estrela, será que a sua vida algum dia vai ser normal de novo? Prepare - se para descobrir, porque está na hora da Audrey contar o seu lado da história.

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Minha Opinião:

Já havia algum tempo que Audrey não estava satisfeita ou feliz em seu namoro com Evan; o rapaz cujo foco parecia estar apenas na própria banda, os Do-Gooders, não pareceu prever o marasmo que estava seu relacionamento até levar um fora da garota. Da mesma forma, porém, Audrey Cuttler também não esperava virar o novo foco da mídia nacional ao ser retratada na música que acabou por levar a banda do ex-namorado ao sucesso instantâneo, passando a ser o principal alvo dos paparazzi. De repente a vida pacata que ela levava deu lugar a uma onda de situações pra lá de inesperadas e inconvenientes que só a fama poderia lhe proporcionar, e no meio de julgamentos como sendo a ex-namorada malvada e sem coração que todos parecem enxergar na música, é chegada a hora em que ela terá sua chance de mostrar quem ela é de verdade nessa história.

Já tem um bom tempo desde que A Música que Mudou Minha Vida foi lançado no Brasil, e muitas foram as vezes em que fiquei querendo ler o livro a partir dos comentários incríveis do Henri B. Neto sobre Audrey e sua história fora de série. Infelizmente, já tem um tempo também que o livro tem andado fora de catálogo, uma vez que não faz mais parte do acervo da Galera Record, e portanto foi uma verdadeira surpresa me ver com uma oportunidade de ler a história após ganhá-la em um sorteio no blog Hey Evellyn! em Janeiro desse ano. Passou-se um tempo até que eu criasse coragem para lê-lo, por fim, depois de certo receio de estar com muitas expectativas pela crítica positiva do Henri e acabar me decepcionando, mas fico feliz em dizer que tais expectativas não só foram alcançadas, bem como acabei sendo realmente surpreendida pelo livro.

“—Esse não é exatamente o tipo de encontro que quero com ele. Você está deixando de fora todo o lance da privacidade.
Ela descartou a ideia com um pft.
— A privacidade é superestimada.
Olhei pela janela e vi três garotas olhando para mim de um carro a duas vagas de distância.
— É fácil falar isso — eu disse para Victoria — quando você ainda tem uma vida privada.”

É com maestria que Robin Benway presenteia o leitor com uma história de ritmo leve e traços cotidianos cuja narrativa flui com tanta facilidade e rapidez que não demora muito para que a leitura avance e, aos poucos, nos vejamos envolvidos pelo enredo e seus personagens. Audrey é uma protagonista de humor fácil e pensamentos aleatórios mas rápidos e constantes com quem eu rapidamente simpatizei e me apeguei durante a leitura, e acompanhar o drama que ela enfrenta ao se ver nos holofotes da mídia nacional após "Audrey, Espere!" emplacar nas principais paradas musicais é divertido e conflituoso ao mesmo tempo, quando rimos dos eventos que ela nunca se imaginou vivendo e de repente deparando-se com elas do nada no seu dia-a-dia, até o momento em que queremos abraçá-la e afugentar a todos que insistem em importuná-la e propagar uma imagem falsa e contrária à menina tranquila e comum que ela na verdade é. 

Por ser uma narrativa em primeira pessoa, então, nos envolvemos mais ainda com a situação vivenciada por ela, que só não vira uma monotonia de ficar presa no próprio quarto devido ao trabalho no Scooper Dooper com James e a presença constante dos melhores amigos e casal de namorados Victoria e Jonah. Entre altos e baixos na convivência de-casa-para-o-trabalho e do-trabalho-para-casa, vemos o seu dia-a-dia virar do completo avesso por entre situações aparentemente boas à princípio, mas que logo em seguida trazem mais foco inesperado para a garota que só queria se ver livre deles de uma vez por todas, um retrato bem realista do preço a se pagar pela fama, com Audrey precisando encarar tão bruscamente a perda da própria privacidade e liberdade, passando a ser vigiada e regrada constantemente pelos pais, mesmo sendo a boa filha que era, e foi impossível não querer entrar na história nesses momentos e afugentar todos os paparazzis e fofoqueiros de plantão de perto dela, mas, infelizmente, surpresas inconvenientes fizeram muito parte de sua rotina por um bom tempo.

“— Aud, às vezes você vai ter que tomar decisões das quais nem todo mundo vai gostar. Mas se acha que é a coisa certa a fazer, você tem que fazer. Mesmo que seu namorado não goste. Mesmo que Victoria não goste. Mesmo que papai e eu não gostemos. Tem que começar a confiar em si mesma.”

A começar até mesmo pela própria melhor amiga, Victoria, que, na verdade, dentre os personagens do elenco principal do enredo, foi a que menos me agradou. No início ela se mostrou, sim, uma ótima amiga, sempre empolgada, incentivando a Audrey com seus objetivos e animando e divertindo diversas cenas, mas ao passo que Audrey começa a ganhar certa atenção de algumas mídias particularmente famosas e até mesmo a receber produtos e press kits inesperados em casa, Victoria começou a querer empurrá-los goela abaixo da protagonista, mesmo sabendo o quão incomodada Audrey estava naquela situação. O estopim foi quando ela anunciou simplesmente que privacidade é algo superestimado, e a forma nada sensível com que ela criticava um pouco a amiga ao incentivá-la a aproveitar o momento, mesmo não vivendo de verdade ou sentindo na pele nem metade das inconveniências e confusões que Audrey acabou passando ao longo da fama instantânea. Realmente me irritei com ela e senti falta de uma personagem que fosse mais agradável e compreensiva com uma situação que, apesar de glamorosa, também é muito desconfortável.

O romance, por outro lado, se desenvolveu na medida certa, nem meloso demais e nem de menos. James certamente é um dos personagens mais carismáticos e meigos que já conheci, ainda que um tanto tímido demais e por vezes calado, mas com comentários sagazes quando junto à Audrey e completando a personagem não apenas de uma forma romântica, mas também pelo companheirismo que os dois possuem de uma forma tão natural e espontânea, o tipo de romance que começa de forma tranquila e sem pressa, que envolve primeiro pela amizade para só depois tornar-se amor. Foi certamente um dos meus pontos preferidos do livro, ainda que, no entanto, o desfecho do livro como um todo também tenha sido muito bem feito, acontecendo na hora certa e fechando o ciclo da fama de Audrey com o que realmente podemos chamar de verdadeiro ponto final. Enfim, A Música que Mudou Minha Vida acaba sendo um pouco mais do que um simples livro juvenil, um paralelo interessante sobre as consequências da fama e o impacto dela não apenas na vida da pessoa em si, bem como na de todos ao seu redor. Leitura mais do que recomendada!

11 Comentários

  1. Sortuda você, hein... Já passei por algo parecido, o livro que eu gostaria de ler, acabou não sendo mais publicado por editora brasileira e eu não consegui adquiri, mas eu não tive a mesma sorte que você, e acabei não ganhando em um sorteio. =[
    Adorei a história, parece ao mesmo tempo que parece algo leve é algo que pode acontecer com pessoas que se relacionam com quem faz parte do cenário musical. Gostei bastante da Audrey e de como ela enfrentou toda a situação, que eu acredito, que não deve ter sido nada fácil. Vou anotar a dica dessa leitura, e quem sabe, se tiver ainda em pdf, lerei futuramente.
    O Pequeno Leitor

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  2. Olá,
    Fico feliz que suas expectativas tenham sido alcançadas e você se surpreendeu.
    Achei a premissa do livro bem interessante e fiquei curiosa para saber um pouco mais sobre a música que alavancou a carreira do ex-namorado de Audrey e o ela ocasionou na vida da protagonista. Também quero saber qual foi a chance dela mostrar quem realmente é.

    https://leitoradescontrolada.blogspot.com.br/

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  3. Oi, que bom que o livro conseguiu satisfazer as suas expectativas, isso é tão bom quando acontece. Achei a premissa bem interessante, diferente do que já li, um tipo de leitura mais leve e despretensiosa, para se ler depois de um livro denso e pesado e gostei da sua resenha e de como pontuou alguns aspectos. Dica anotada.
    bjus

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  4. Oiee ^^
    Eu sempre quis ler esse livro, confesso que era mais pela capa dele...haha' mas a história parece ser maravilhosa. Fico feliz em saber que você gostou do livro, e do final também. É tão bom quando a gente tem muitas expectativas para um livro, e, além de a obra batê-las, ainda consegue nos surpreender, né?
    MilkMilks ♥

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  5. Que ex-namorado mais babaca, apelou, perdeu, né, a garota o larga e ele lança uma música cretina que a faz perder toda a privacidade - que não, Victoria, sua palhaça, nunca é superestimada. Adorei saber que a Audrey acaba encontrando um novo amor, e que ele começa com amizade e vai se tornando amor, com certeza seria um dos meus pontos preferidos no livro também. Pena que esteja fora de catálogo. :(

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  6. Oi, tudo bem?
    Eu conhecia o livro somente pela capa, nunca tive interesse em pesquisar a fundo sobre o que se tratava, mas me vi envolvida pela sua resenha e agora quero lê-lo. Uma pena que ele não faça mais parte do catálogo, vou procurar no estante virtual. Adorei esse contraste em relação a fama, a vida da protagonista, a reação das pessoas próximas a ela mediante ao seu sucesso. Gostei de saber que o romance é desenvolvido na medida e não é meloso. Dica anotada!
    Beijos

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  7. Oi Sammy! :)
    Esse livro está na minha lista de desejados do Skoob faz tanto tempo e até agora não conseguir ler. Ou ele está muito caro (o que acontece praticamente todas as vezes, pq eu nunca vi uma promoção desse livro, juro!) ou nunca está disponível no Skoob quando eu tenho crédito. rs Parece até conspiração.
    Eu gosto da proposta do livro principalmente pq ele apresenta uma história diferente das dos romances que a gente encontra por aí. Foi justamente o fato da Audrey ser a "protagonista" da música e ver seu mundo virar de cabeça pra baixo que me fez querer ler o livro. Eu sempre fui o tipo de pessoa que ficava imaginando o quão glamouroso deveria ser ter uma música feita pra si. E a Audrey vem mostrar o lado que a gente nem imagina. Hahahaha
    Fico feliz que tenha gostado (temos gostos muito parecidos em certas coisas) e só me deixou mais curiosa ainda pra ler. Espero curtir quando, finalmente, consegui lê-lo.
    Beijos

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  8. Oi Sammy tenho certeza que já tinha lido uma resenha desse livro mas não me recordo bem da opinião da leitora. Sua resenha me chamou atenção pq ao mesmo tempo que parece ser um livro leve e divertido tem cara de ser um pouco angustiante também, devido a toda essa situação pela qual a protagonista passa. Já achei essa amiga meio insuportável só de ler o que vc disse dela, tenho certeza que iria me irritar bastante, mas ainda assim me divertir om o livro

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  9. A história é bem interessante, fiquei imaginando como é ter a vida exposta e como deve ser a sensação de invasão, mas concordo com a Victoria, ela podia ter aproveitado o momento e transforma-lo em algo positivo.
    Parabéns pela resenha!
    Beijo

    http://capsuladebanca.blogspot.com.br/

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  10. Oi Sâmella!

    Estou numa fase de querer ler YA, pois as tramas são tão gostosas e envolventes que acabo sentido falta quando leio outro gênero e olha que nem é o meu favorito, rs, enfim, por ser um YA tão bom assim, A Musica que Mudou a Minha Vida, com certeza será uma ótima pedida! Mas será que dá para encontrar? Não sabia que ele estava em falta no catálogo da editora. Gosto quando o romance é na média, pois assim, não temos nada muito miojo, nem meloso demais, sou bem chata quanto a isso, não sei o motivo, mas acaba me incomodando. Enfim, espero ter a oportunidade de ler em breve!

    Da Imaginação à Escrita

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  11. Oi Sammy, sua linda, tudo bem?
    Esse universo da fama sempre me assustou, pois sabemos de várias histórias reais de vidas que foram destruídas. Um absurdo ele retratá-la na música de uma forma falsa e por conta disso ela enfrentar um verdadeiro inferno na mídia. Essa amiga dela, nossa, me deixou nervosa só de ler na sua resenha, falsa pelo visto é ela, pior, acredito que é uma pessoas interesseira. Mas fiquei feliz em saber que ela terá um romance com James e seu merecido final feliz. Não conhecia, mas não vejo a hora de ler!!! Sua resenha ficou ótima!!!
    beijinhos.
    cila.
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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