Título: Sob o Céu do Nunca;
Subtítulo: Trilogia Never Sky #1;
Autor(a): Veronica Rossi;
Editora: Rocco (Selo Jovens Leitores);
Número de Páginas: 336;
Ano de Lançamento: 2015.
Livro no Skoob


- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Primeiro livro da trilogia Never Sky, Sob o céu do nunca segue a tradição dos romances ambientados num futuro distópico – no caso 300 anos após uma catástrofe que devastou a Terra – dominado por um governo autoritário disposto a manter o poder a qualquer preço. E Veronica Rossi, escritora brasileira radicada nos Estados Unidos, criou um universo apaixonante, um mundo perigoso e cruel, mas ao mesmo tempo belo e digno da tradição de Jogos Vorazes e Divergente. A trama acompanha a saga da jovem Aria, ex-moradora de Quimera, um núcleo de civilização protegido por um domo e sem qualquer contato com o mundo exterior, e Perry, um Forasteiro. Opostos em tudo, seus destinos se cruzam numa improvável aliança pela sobrevivência. 

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Minha Opinião:

No futuro distópico Sob o Céu do Nunca, somos apresentados à jovem Ária, residente do núcleo de Quimera, e cuja vida até então era pacata e rotineira como a de todos os outros. Certo dia, porém, juntamente com mais três amigos, ela acaba saindo de dentro do núcleo, ficando a mercê dos seres humanos remanescentes até então vistos como selvagens e irracionais. Por muito pouco ela não é atacada por um dos rapazes de seu próprio grupo, fugindo para longe em seguida e deparando-se com Perry. Exímio caçador como ele bem é, apesar da sua natureza bruta e teimosa, acaba por reconhecer o medo e a insegurança em Ária e, sem perceber, acaba por se envolver numa jornada com a garota para resgatar seu sobrinho e recuperar o olho mágico que ela perdera durante sua fuga antes que este caia nas mãos do líder de Quimera.

O livro de estreia de Veronica Rossi fora publicado pela primeira vez aqui no Brasil ainda pelo extinto selo da Rocco, a Editora Prumo, em 2013, e desde então já havia conquistado uma boa quantidade de leitores pela abordagem de um futuro um tanto quanto distinto dos demais. Seguindo uma linha mais voltada à aventura da jornada dos protagonistas por terras selvagens então esquecidas por todos nos grandes e modernos núcleos como o de Quimera, Sob o Céu do Nunca acaba surpreendendo ao mostrar-se ágil, mas ao mesmo tempo detalhado e complexo de se entender, fluindo a leitura de forma um tanto quanto lenta, mas que definitivamente não dá vontade de largá-lo de vez. Muito pelo contrário, quanto mais se lê, mais explicações e revelações surgem, bem como novas indagações que estão apenas começando nesse primeiro volume da trilogia Never Sky.

“— Ária... todos se sentem perdidos às vezes. É a maneira de agir de uma pessoa que a distingue das demais. Nesses últimos dias você continuou seguindo em frente, apesar dos seus pés. Apesar de não saber o caminho... Apesar de mim.
— Não sei se isso é um elogio ou um pedido de desculpas.
Ele olhou para ela.
— As duas coisas. Eu poderia ter sido mais gentil com você.
— Você poderia pelo menos ter falado um pouquinho mais.
Ele sorriu.
— Isso eu já não sei.”

Com uma narrativa em terceira pessoa, em capítulos alternados entre Ária e Perry, vamos conhecendo um pouco mais sobre cada um deles à medida que a história vai se desenvolvendo, juntamente com a evolução gradual deles em meio a situação que estão vivendo. Ária principalmente, anteriormente tão acostumada a vida rotineira e fácil em Quimera, de repente se vendo obrigada a lutar e caçar para sobreviver em um território desconhecido, e nesse ponto, apesar da inicial repulsa, pavor e negação para com sua nova realidade, ela acaba migrando aos poucos da imagem de 'mocinha indefesa' e começa a ganhar mais agilidade e atitude, a participar dos eventuais embates com inimigos e a se mostrar tão mais forte e determinada do que imaginávamos no início, o que foi uma surpresa muito positiva, apesar de em alguns momentos sua personalidade parecer um tanto apagada, mas felizmente firmando-se mais ativamente com o passar dos capítulos.

“Ária olhou para as mãos que se entrelaçaram, sentindo a sensação do toque dele. Um toque morno e calejado. Macio e áspero ao mesmo tempo. Ela absorveu o terror e a beleza dele e de seu mundo. De todos os momentos vividos nos últimos dias. Tudo isso a preenchendo, como se fosse o primeiro sopro de ar a encher seus pulmões. E ela jamais amara tanto a vida.”

Perry, por outro lado, demorou a me conquistar, e, na verdade, nem conquistou tanto assim. Inclusive, apesar de amar o fato da autora criá-lo e explorá-lo como um suposto mocinho sem artifícios de beleza e gentileza extrema, afinal, a aparência é a última das suas preocupações no momento - e quem sabe até na sua vida como um todo -, não consegui gostar muito do personagem pela sua instabilidade emocional, social, pessoal, que vem a ser, ok, justificada pelos problemas que tinha com o pai desde o nascimento e a consequente morte da mãe após o parto e atualmente com seu irmão mais velho. Havia momentos em que ele era, sim, muito agradável ao apresentar uma visão tão mais diferente e profunda sobre o mundo como um todo onde eles vivem para a mente restrita de Ária, e mesmo em eventuais situações românticas que, mesmo não sendo o foco do livro, estão presentes em alguns momentos e até que se desenvolveu bem, por mais que não seja o romance mais legal de ser acompanhado, mas em outros momentos ele realmente agia na teimosia e na ignorância e ficava difícil defender o personagem.

Apesar dos eventuais altos e baixos citados anteriormente, ainda assim o primeiro volume da trilogia de Veronica Rossi consegue estrear de forma ágil e certeira, principalmente para os já leitores de uma boa distopia, principalmente após um final aparentemente corriqueiro, mas com tantas revelações a esconder e que só serão apresentadas na sequência que, felizmente, já está disponível, Pela Noite Eterna, e o qual espero poder conferir e dar continuidade à leitura de Never Sky assim que possível. Recomendo!

8 Comentários

  1. Oiii Sammy, como vai?
    Infelizmente dessa vez a obra em si não despertou meu interesse, vi a tua avaliação e notei que isso é bom, então creio que muita gente irá querer ler depois dessa sua resenha incrível, eu pularei porque a premissa em si não me prendeu de jeito nenhum e seria uma leitura chata para mim.
    Beijinhos

    ResponderExcluir
  2. Olá!
    Eu não sabia da existência desse livro =O
    Eu adorei a premissa, gosto bastante de distopias e fiquei bem interessada pela obra!
    Uma pena que você não tenha curtido Perry tanto assim, mas no final das contas, valeu a leitura, né?
    Ótima resenha e dica anotada!
    Beijos!

    ResponderExcluir
  3. Oi Sammy!

    Tem um tanto de livro da Rocco que eu não tenho ideia que existe, mas nossa. Eu nem sabia que a editora publicava distopias, que é um dos meus gêneros preferidos. Eu sei bem como são esses livros que, apesar de a gente não querer largar, a narrativa é lenta. A gente lê, lê e parece que não termina nunca. Eu geralmente demoro a me conectar com os personagens secundário de livros distópicos, sei lá, parece que eles não são explorados bem. Gente, personagem instável é um saco, eu tenho vontade é de esfregar a cara deles no asfalto. Enfim, que bom que você gostou apesar das ressalvas. :D

    Beijo!
    http://www.roendolivros.com.br/

    ResponderExcluir
  4. Oi, Sammy!
    Eu gosto tanto desse livro! Li em inglês quando foi lançado porque não consegui esperar haha Mas sim, Perry demora um pouco para conquistar, mas olha... a espera vale a pena :X Bjs!

    ResponderExcluir
  5. Olá Sammy!
    Gosto muito de distopias e apesar de ver muitos comentários bons a respeito da obra, eu ainda não tive a oportunidade de ler. Gosto de livro com capítulos alternados entre os personagens porque conheço melhor cada um deles. Saber que você gostou do livro, mesmo com altos e baixos me deixou ainda mais curiosa em relação a leitura.
    Beijos.

    ResponderExcluir
  6. Eu gostei bastante dessa distopia, li a edição da Prumo, então faz muiiito tempo. Ainda não continuei a trilogia, acho que terei que reler esse primeiro, pois só lendo sua resenha percebi que tinha me esquecido de algumas coisas. rsrs
    Mas a história é muito boa, e lembro que li muito empolgadamente! Não senti esses altos e baixos, acho que porque eu estava pilhada na história mesmo, rsrs.
    beijos
    http://www.apenasumvicio.com

    ResponderExcluir
  7. Olá tudo bem??
    Gostei bastante da sua resenha, a única coisa que não me chamou muita a atenção é por ser distopia, estou saturada desse gênero literário e por isso não pretendo ler esse livro tão cedo, mas desde que vi essa capa que achei muito bonita, queria muito ler e sua resenha me deixou com vontade, mas agora não é o meu momento para esse tipo de livro, mas a dica está mais do que anotada!
    Beijus
    www.bibliotecaempoeirada.com.br

    ResponderExcluir
  8. Oi Samella, tudo bom?
    Esse livro sempre me chamou a atenção pela capa mas nunca parei pra saber do que se tratava. Faz tempo que eu não leio uma distopia, ainda mais uma diferente assim. Sempre é um gênero legal de se ler e creio que esse livro eu gostaria, principalmente daÁria, que foi o que mais me chamou atenção na sua resenha.

    ResponderExcluir

Obrigada por ler o post!
- - - - - - - - - - - - - - - - - -
ATENÇÃO:
- Não use vocabulário impróprio;
- Não aceito Tags e Selinhos;
- Não aceito comentários que não tem nada a ver com o post.
* Comentários assim serão devidamente excluídos e eu não retribuirei visita.
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -
Deixe o link do seu blog no final do comment para que eu possa retribuir a visita. :)

Bjos...