Título: A Garota do Penhasco;
Autor(a): Lucinda Riley;
Editora: Novo Conceito;
Número de Páginas: 528;
Ano de Lançamento: 2013.
Livro no Skoob


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A Garota do Penhasco é um romance que enreda o leitor através de vários fios: a história de Grania Ryan e sua querida Aurora Devonshire, a garota do penhasco, nos fala sobre mudança de vida. A história das famílias Ryan e Lisle é um lindo conto sobre um século de mal-entendidos e rancor entre inimigos que se acreditam enganados por falcatruas financeiras. O caso de amor entre Grania Ryan e Lawrence Lisle comove por sua delicadeza e força vertiginosa que culmina em imensa tristeza. Mas, sobretudo, A Garota do Penhasco é um livro que mostra como é possível encontrar uma finalidade, um propósito, quando todas as esperanças parecem perdidas.

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Minha Opinião:

Quando resolvi dar uma chance para ler Lucinda Riley, minha principal expectativa era encontrar um enredo dotado de muita emoção e acontecimentos marcantes, mais ou menos como as histórias da Kristin Hannah - de quem vocês já devem saber que eu gosto muito dos livros. Fazer uma comparação entre as duas autoras provavelmente seria errado, visto que, mesmo entre suas semelhanças, temos distinções gritantes em detalhes minuciosos, mas, no fim das contas, cada qual, a seu modo, é capaz de conduzir o leitor por meio de enredos envolventes e inesquecíveis. E, sem dúvidas, A Garota do Penhasco é um deles.

No livro de Lucinda Riley, iremos acompanhar as histórias de duas famílias por entre suas três gerações, e embarcar numa gama de emoções e acontecimentos capazes de não apenas chocar, como fazer o leitor ir do sorriso às lágrimas em pouco tempo. Mais ainda, vamos nos deparar com toda a trajetória decorrida no tempo que, por fim, ocasionou em uma separação mútua entre os Ryan e os Lisle, começando desde os tempos da Segunda Guerra, com a doce e esforçada Mary, até os dias atuais, com Grania. Marcas de rancor e tristeza por feridas que permanecem em todos, mas que poderão ser curadas com a determinação de uma mulher, aos trinta e um anos, cujos instintos maternais nunca estiveram tão fortes.

“- Promete que vai se cuidar?
- É claro que vou, mãe, sou uma garota bem crescida.
- Nunca será crescida demais para se esconder de sua mãe."
- Página 374

Após perder seu bebê, Grania Ryan abandona o namorado na grande Nova York e retorna à Irlanda para a casa dos pais, recebida de braços abertos para passar uma temporada e esfriar a cabeça dos problemas que, porém, ela insiste em esconder mais a fundo de sua mãe. Em uma noite, após uma caminhada, porém, Grania depara-se com a pequena Aurora Devonshire parada no penhasco, e assumindo posição de alerta, com medo de a menina cair, tenta atraí-la de volta para longe do precipício. Quando Aurora o faz de maneira muito abrupta, uma lacuna à respeito da menina fica na cabeça de Grania, e ao tentar saber com a mãe de quem se trata, aos poucos, ela irá se deparar com a história do falecimento da mãe de Aurora, e logo mais, no decorrer de todo o livro, com os laços que permeiam a vida dos Ryan e dos Lisle. Mas, ao mesmo tempo em que embarca numa jornada de descobrimento de sua própria família, Grania, sem perceber, terá de enfrentar seus próprios conflitos, e não apenas garantir a reconciliação das duas famílias, como também consigo mesma e aqueles que ama.

Até agora, um bom tempo depois de ter lido esse livro, continuo lembrando-me de seus personagens, acontecimentos... seu enredo como um todo, e continuo surpresa com a história tão extensa, mas ao mesmo tempo tão breve e intrínseca de duas famílias que, aparentemente, julgaram errado uns aos outros e perderam tempo demais remoendo as mágoas, ao invés de procurar a superação e a reconciliação. Acompanhando essa história, de repente pude enxergar ainda mais o quão marcantes (negativamente falando) certas coisas podem ser e, mais ainda, quanto rancor elas podem gerar no ser humano. Histórias e fatos que, na verdade, foram dolorosos e por vezes inacreditáveis, mas que também têm seus mistérios, que não estão disponíveis à muitas pessoas simplesmente porque elas não aceitam encarar a verdade de frente e mudar a situação.

“Talvez o excesso de uma característica seja tão ruim quanto sua falta.”
- Página 375

Mas, felizmente, Grania foi capaz de enxergar a situação com outros olhos e dar uma chance à família vizinha, mesmo quando ela mesma tinha seus conflitos internos e externos digladiando-se dentro de si. A partir do momento em que conhece a pequena Aurora, a esperança também nasce na história, por mais que você não perceba, e ela só cresce no decorrer da relação quase de mãe e filha que se forma entre as duas. Assim, apesar das tentativas de afastar a filha dos Lisle, Kathleen, sem perceber, começa a dar o braço a torcer para encarar o passado de ambas as famílias novamente, uma vez que terá de contá-lo para Grania, e terá uma chance de abrir os olhos para a mudança.

Uma coisa que me encantou muito durante a leitura foram as ligações existentes entre ambas as famílias. O passado de ambas fora, aparentemente, como o de quaisquer outras pessoas durante o período da guerra, mas a partir de um certo ponto, quando acontecimentos inesperados começam a surgir na vida da jovem Mary, a matriarca da família, de certa forma, os rumos e enlaces decorridos entre as duas famílias começou de forma sutil, mas culminou em acontecimentos dolorosos e irreversíveis, fazendo até mesmo o leitor ficar em uma corda bamba, sem saber o que pensar ou fazer diante do conflito emocional no presente do enredo. Sendo assim, eu só posso parabenizar a autora por ter construído todo esse pano de fundo tão bem, e por ter construído momentos com emoções tão palpáveis que me deixaram chocada e quase tão sentida quanto os próprios personagens. O desenvolvimento, também, não deixou nada a desejar, alternando entre alguns personagens no tempo presente, e claro, em Mary, no passado, de forma que acompanhamos o desenrolar dos fatos passados juntamente com Grania.

“- O segredo é não só reconhecer suas falhas, mas se esforçar para corrigi-las.”
- Página 506

Por falar nela, inclusive, gostaria de ressaltar que também me surpreendi muito positivamente com os personagens em geral. Apesar de serem muitos - divididos em épocas e lugares diferentes, claro - não ficou nada exagerado, e consegui acompanhar a trama muito bem, conhecendo os personagens e distinguindo-os entre si. Além dos principais, já citados, também temos vários outros preenchendo lacunas e caminhos certeiros, deixando a história rica em detalhes, mas em nenhum momento cansativa ou lenta, muito pelo contrário. Quanto mais eu lia, mais queria saber como tudo iria terminar, porque são mesmo muitos os laços existentes no enredo, e é realmente difícil - quem sabe até impossível - imaginar um desfecho como aquele, que não deixa pontas soltas, mesmo depois de tanta coisa decorrida na história.

Sei que não falei muito do enredo em si, mas vocês já devem saber que prezo muito uma história que tem surpresas e acontecimentos impactantes de verdade, e acho que quanto menos se souber do enredo como um todo, maior será a conexão do leitor com a história; pois eu não sabia de nada além da sinopse quando o li, e senti uma gama de emoções e pensamentos tão intensa durante a leitura que era quase impossível largar o livro. A história realmente me cativou, bem como a narrativa densa, mas incrível (e contraditoriamente, rs) leve da autora, que conseguiu prender minha atenção no enredo. Essa é, sem dúvidas, uma leitura que eu recomendo com total segurança, e estou ciente de que preciso ler mais livros da autora. Afinal, dramas familiares, quando bem criados e desenvolvidos, podem ser inesquecíveis.

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6 Comentários

  1. Ele foi lançado em 2013? Isto quer dizer então que tenho ele encalhado aqui na estante há 3 anos, hiuahiua. Só eu mesmo...
    Eu sou a rainha dos livros de dramas familiares, tenho uma queda enorme por este gênero. Sua resenha me fez comparar a autora com Sarah Jio que é uma autora que amo.
    Prometo que farei o possível para encaixá-lo nas minhas leituras, quero me ligar na história assim como aconteceu com você.

    Bj, Van - Retrô Books
    http://balaiodelivros.blogspot.com.br/

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  2. Olá!
    Nunca li nada da Lucinda, mas quero muito.
    Achei a história intrigante e parece ser bem intensa e emocionante. Adoro dramas familiares. Fiquei curiosa para conhecer a ligação entre as famílias.
    Gostei muito da resenha e dos pontos que você ressaltou.
    Beijos.

    Li
    Literalizando Sonhos

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  3. Eu nunca li nada da Lucinda mas tenho muita vontade de ler pois sempre escuto falar muito bem dos livros dela. Eu não conhecia esse livro mas achei o enredo muito gostoso de acompanhar e acredito que, para mim, a leitura vai ser muito bem aproveitada e eu vou ficar grudada nas páginas até terminar.

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  4. Olá Sâmella!
    Já faz algum tempo que li este livro e foi o meu primeiro contato com a autora. Lucinda descreve o livro com perfeição e mesmo com tantos detalhes, não me senti perdida em nenhum momento da leitura. A narrativa é incrível e o que eu mais gosto nos enredos dela é a forma que ela entrelaça o passado e o futuro. Fico feliz que tenha gostado dessa leitura, porque essa história é realmente bem cativante.
    Beijos.

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  5. Eu confesso que não curto resenhas grandes, mas a sua está tão bem escrita que li tudo do início ao fim, e me cativei horrores com a trama. Nunca li nada dessa autora, mas já sinto que preciso mudar isso logo. A trama parece bem densa mesmo, e eu curto bastante esse tipo de história. Gosto de enredos que juntam passado e presente.
    beijos
    www.apenasumvicio.com

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  6. Oi, Sâmella, tudo bom?
    É muita vergonha admitir que nunca li nada da Kristin Hannah e nem da Lucinda Riley, embora que teha um livro dela aqui na minha estante.
    Que resenha mais bem feita, adorei me deixou com muita vontade de ler, ainda mais por se tratar de dramas familiares, ultimamente estou lendo bastante livros com esta temática. Livro mais que anotado :)

    Bjux ;)
    http://entrelinhasalways.blogspot.com.br/

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