Título: Entre Dois Amores;
Autor(a): Carolina Estrella;
Editora: Planeta;
Número de Páginas: 288;
Ano de Lançamento: 2015.
Livro no Skoob


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Helô Martinez está no 2º ano do ensino médio e ama duas coisas: garotos e moda. Definitivamente, ela não ama a língua portuguesa e não tem a menor vocação para ser leitora – de nada, nem de horóscopo –, e sempre que precisa fazer algum trabalho sobre literatura para a escola ela conta com a cumplicidade de Amanda, sua amiga nerd devoradora de livros. Mas sua mãe não aguenta mais seus boletins pintados de vermelho e resolve fazer uma intervenção. Contrata um professor particular para ajudar a filha a tirar notas boas em português e literatura. Para desespero de Helô, seu novo mestre é o vizinho “melequento” – como ela diz –, que está no primeiro ano da faculdade de Direito e a rejeitou num passado não muito distante. Apesar da tragédia anunciada, César Rodolfo, um garoto tímido, estudioso, de palavreado pomposo e arcaico e lindos olhos verdes, acaba conseguindo o impossível: transformar Heloísa numa leitora voraz, capaz de declamar Carlos Drummond de Andrade e citar Emily Brontë.

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Minha Opinião:

Resenha originalmente escrita por mim para o blog Da Imaginação a Escrita - aqui.

Heloísa não esconde de ninguém a sua paixão por moda. Pelo contrário, ela faz questão de deixar isso claro por meio dos modelitos que ela mesma costura e usa, e sonha poder fazê-lo pelo resto de sua vida. Antes de chegar à faculdade, no entanto, ela tem que aprender a se relacionar com a Língua Portuguesa, uma vez que suas notas têm andado em baixa na matéria. O problema é que nada que envolva gramática e leitura é o forte de Helô, até que a mãe da garota resolve pedir ajuda ao vizinho adolescente desta, César Rodolfo, com aulas particulares. Em um passado um pouco distante, Helô e César haviam sido grandes amigos, no entanto, um incidente envolvendo Cheetos acabou por abalar essa amizade, e de repente ela se vê obrigada a voltar a relacionar-se com o garoto por quem um dia fora apaixonada. No verbo passado? Bom, só acompanhando as aulas e o desenrolar de diversos textos literários para saber como isso vai terminar...

Quando embarquei na leitura do mais novo romance de Carolina Estrella, já tinha em mente que seria uma história leve, para fugir de maiores tensões. Havia, inclusive, conferido algumas resenhas e garanto que minhas expectativas estavam baixíssimas, mas confesso que ainda assim, o novo enredo da autora me irritou um pouco. Já conhecia a escrita ágil e descontraída de Carolina desde a leitura de sua primeira obra lançada, Garota Apaixonada em Apuros, e, portanto, não tive problemas com a narrativa em sí, que, por sinal, permanece muitíssimo fluida. Já no que diz respeito à história e seus personagens, a minha relação não é das melhores...

Pois, não me levem a mal, mas apesar de tratar-se de uma obra mais voltada ao infanto-juvenil, achei os personagens realmente irritantes e, por vezes, infantis. Todos se encontram na faixa dos 16 aos 18 anos, mas em muitos momentos suas atitudes e insistências em determinadas questões me fizeram imaginar que fossem mais jovens. A protagonista, em especial, é a mais irritante deles. Estão passando por dramas típicos da fase e tudo mais, eu sei, mas a verdade é que fica difícil de defendê-la depois da quantidade de insultos e ofensas dirigidas tão infantilmente à César, que já na primeira aparição foi metralhado com duras críticas e apelidos maldosos por parte da Helô - e muito embora ele não ligasse muito para eles, inicialmente, não deixou de ser deselegante, contrariando todo o conceito de postura que a personagem tanto prezava quando o assunto era moda, ao menos.

“— [...] Você precisa aprender que o amor não é brincadeira, não é fácil, mas também não é um bicho de sete chaves. Se você ama alguém com todas as forças, você não pode se autodestruir toda hora que surgir algo difícil de ser superado. Você tem que pensar e arrumar um jeito de encontrar a felicidade. Se não estiver feliz, tente novamente.”

Os demais personagens também não ajudaram muito, e nisso César também está incluso. Apesar de alguns eventuais momentos de fofura e suspiros, em outros eu realmente fiquei, digamos, um pouco assustada com o nível de insistência do rapaz. Excessivo, talvez. Amanda, também, foi outra personagem que me incomodou. Apesar de ser a melhor amiga de Helô, em diversos momentos ela me pareceu mais uma manipuladora e interesseira do que a amiga que Helô tanto ressaltava. Só a Marina, no fim das contas, foi quem ainda me cativou um pouco, por se mostrar mais verdadeira quanto à suas atitudes - e só lendo para entender exatamente à que 'atitudes' estou me referindo, mas, realmente, foi a personagem mais legal da história.

Mas, por mais que a escrita de Carolina Estrella continue fluida e leve, a verdade é que a protagonista não colaborou muito para com o sucesso do enredo como um todo. Helô é uma personagem por vezes irritante, infantil e superficial, que não hesita em declarar ofensas ao pobre César Rodolfo e que, basicamente, não tem atitude. Porque se ela tivesse tomado a mínima atitude já nos primeiros capítulos, no fim das contas, não existiria história, uma vez que tudo não passou, ao menos para mim, de um grande drama que ela mesma deixou crescer, de certa forma, e eis o plot do livro. Ainda assim, isso não costuma ser um grande problema para mim quando leio algum romance, mas nesse caso, eu realmente esperava ao menos um pouco mais de história e melhor desenvolvimento dos personagens. Mas para quem quer algo para passar o tempo, pode ser uma boa pedida. Com suas ressalvas.

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