Autor(a): Lavínia Rocha;
Editora: D'Plácido;
Número de Páginas: 224;
Ano de Lançamento: 2015.
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Há algumas décadas, o Brasil vivia intensos conflitos entre pessoas normais e pessoas com dons extraordinários. Visando a paz no país, as autoridades o dividiram em dois territórios – o do Norte e o do Sul – e assinaram um contrato proibindo a migração de uma região para a outra.Alisa é de uma família do Norte, mas foi identificada como pertencente ao Sul e precisa esconder a verdade de ambos os mundos. Além de quebrar o contrato toda semana para visitar seus pais, Alisa enfrenta problemas comuns da adolescência: acha seu próprio nome bizarro, gosta do cara errado e é a única pessoa que não percebe o quanto seu melhor amigo é apaixonado por ela.A vida de Lisa (como prefere ser chamada) se transforma completamente com um grande acontecimento no colégio e, agora, ela se vê diante de um desafio envolvido pela descoberta do amor e da sua verdadeira identidade.
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Minha Opinião:
Resenha escrita por mim e originalmente publicada no blog A Colecionadora de Histórias.
Há algumas décadas, o Brasil vivia um clima de tensão ocasionado pelos conflitos entre as pessoas normais e aquelas que possuíam dons especiais. Visando alcançar a paz entre esses grupos tão distintos, o país acabou por ser divido em Norte e Sul. Alisa morava no Norte, em meio às pessoas comuns, até que sua vida foi mudada radical e inesperadamente com a visita da diretora de um dos colégios do Sul, que revelou que a garota, na verdade, tinha dons e, portanto, deveria integrar ao Sul do país, onde quem os possuía vivia. Seus pais relutaram na decisão, mas simplesmente não houve opções, de forma que a garota passou a transitar entre os dois mundos desde então. Acabou descobrindo, felizmente, que a imagem que o Norte tinha de quem vivia no Sul, de serem pessoas ruins e perigosas devido a presença de seus dons, não passava de um simples preconceito que logo caiu por terra à medida que a garota fez amigos e se viu realmente parte daquele novo mundo, ainda que uma parte de seu coração fosse sempre estar com a família no Sul. Agora, aos quinze anos, Alisa e seus amigos estão prestes a ingressar ao ensino médio e, portanto, enfim, realizarem a cerimônia oficial para receber seus personagens e, com eles, seus dons. Mas um inconveniente inusitado com a caixa da personagem de Alisa começa a gerar dúvidas na direção da escola, e, na busca por encontrar sua real identidade como sulista, ela e seus amigos acabam em uma aventura que eles não podiam imaginar ser capazes de encarar.
Foi no ano passado, em 2016, que tive a oportunidade de conhecer a escrita de Lavínia Rocha através do livro único De Olhos Fechados, e ainda que com algumas breves ressalvas gerais, havia gostado muito da leitura e queria continuar a ler mais livros seus. Felizmente, mais uma oportunidade surgiu, dessa vez através do blog A Colecionadora de Histórias, da Carol Cristina, e, enfim, pude conferir o primeiro volume da então trilogia da autora, Entre 3 Mundos, que dá início à história de Alisa e seus amigos em um Brasil dotado de fantasia e dons extraordinários. O início da leitura dá-se em um ritmo leve e visivelmente lento enquanto somos apresentados à protagonista e seus amigos, então nosso elenco principal. Não demora, porém, até que a narrativa engrene mais, no decorrer dos preparativos para a cerimônia onde cada jovem do fundamental irá passar para o primeiro ano e ganhar, enfim, seu personagem e dom mágico. Nesse momento, começamos a perceber o visível cuidado e criatividade da autora em desenvolver todo um mundo que, ainda que no nosso próprio Brasil, consegue ser tão diferente e ter nuances tão próprias, seja ele o Norte, o Sul ou mesmo o mundo mágico que resguarda os personagens de cada aluno do Colégio Ruit.
É um enredo tipicamente infanto-juvenil, mas não menos bem desenvolvido e, principalmente, cativante. Os personagens conquistam o leitor com uma naturalidade singular com a qual muito me agradei, e me identifiquei com um traço ou outro de diversos deles. A começar por ela, nossa protagonista, Alisa Febrero, no auge dos seus quinze anos, acostumada desde pequena a viver no limbo entre o mundo meio-mágico do Sul e o mundo comum do Norte. Tem uma personalidade visivelmente tranquila e bem humorada, ainda que seja eventualmente impaciente e desastrada. É também uma amiga muito dedicada e atenciosa, e, por mais difícil que seja se ver longe da família por tanto tempo, com visitas apenas nas férias e fins de semana, ela deixa claro que não trocaria a vida que tem no Ruit, uma vez que as amizades conquistadas lá são igualmente importantes e essenciais para ela, e a recíproca é verdadeira por parte de seus amigos. Dan, em especial, então melhor amigo de Alisa desde sua chegada no Ruit, tantos anos atrás; ambos contam mutuamente um com o outro para o que der e vier, numa relação tão linda e sincera que muito me encantou, além, claro, da personalidade propriamente amável, gentil, atenciosa e companheira do garoto, que tem a garota muito mais do que uma simples amiga, ainda que ela o veja apenas como o melhor amigo de sempre.
Os amigos da dupla também são uma verdadeira diversão e alto-astral durante a leitura. Igualmente amigos, companheiros, sinceros e dedicados, Nina, Marco e Sol completam o grupo principal do elenco de Entre 3 Mundos com tamanho carisma que, mesmo a Sol, avoada e medrosa que é em alguns momentos, cativa o leitor e nos faz sentir como parte da turma. E somando isso à narrativa quase mágica e o enredo cheio da mais pura imaginação da autora, não demora muito até que a leitura avance e comecemos a nos sentir, inclusive, dentro do próprio universo da trilogia. Isso tudo, até então, no mundo real da trama, até que temos a oportunidade de adentrar sem querer ao mundo mágico ou glorioso, como os então habitantes dele chamam, juntamente com os personagens, e nos deixar envolver mais ainda pela narrativa, agora, em busca de respostas por descobrir não apenas quem é a personagem de Alisa como, ainda, buscar respostas para uma série de novas questões em meio a revelações inesperadas que estão só começando a aparecer.
Assim, é com maestria que Lavínia Rocha dá início à trilogia Entre 3 Mundos, com um primeiro volume que, ainda que uma introdução, consegue envolver o leitor com muita intensidade e realidade por entre personagens cada vez mais carismáticos e mistérios instigantes e inéditos por serem desvendados junto com eles. Mais do que uma simples fantasia, Entre 3 Mundos é como uma aventura em meio aos contos de fadas, só que em um cenário mais moderno e brasileiro que muito encanta e surpreende, e para o qual mal posso esperar para retornar na leitura da sequência assim que possível e continuar a acompanhar a aventura de Alisa e seus amigos.
Foi no ano passado, em 2016, que tive a oportunidade de conhecer a escrita de Lavínia Rocha através do livro único De Olhos Fechados, e ainda que com algumas breves ressalvas gerais, havia gostado muito da leitura e queria continuar a ler mais livros seus. Felizmente, mais uma oportunidade surgiu, dessa vez através do blog A Colecionadora de Histórias, da Carol Cristina, e, enfim, pude conferir o primeiro volume da então trilogia da autora, Entre 3 Mundos, que dá início à história de Alisa e seus amigos em um Brasil dotado de fantasia e dons extraordinários. O início da leitura dá-se em um ritmo leve e visivelmente lento enquanto somos apresentados à protagonista e seus amigos, então nosso elenco principal. Não demora, porém, até que a narrativa engrene mais, no decorrer dos preparativos para a cerimônia onde cada jovem do fundamental irá passar para o primeiro ano e ganhar, enfim, seu personagem e dom mágico. Nesse momento, começamos a perceber o visível cuidado e criatividade da autora em desenvolver todo um mundo que, ainda que no nosso próprio Brasil, consegue ser tão diferente e ter nuances tão próprias, seja ele o Norte, o Sul ou mesmo o mundo mágico que resguarda os personagens de cada aluno do Colégio Ruit.
“Aos seis anos, me tiraram do mundo normal e agora, aos quinze, estavam tentando me tirar do meio-mágico também. Ser uma anormalidade em ambos os lugares me deixava sem saber aonde deveria ir para buscar qualquer refúgio.”
É um enredo tipicamente infanto-juvenil, mas não menos bem desenvolvido e, principalmente, cativante. Os personagens conquistam o leitor com uma naturalidade singular com a qual muito me agradei, e me identifiquei com um traço ou outro de diversos deles. A começar por ela, nossa protagonista, Alisa Febrero, no auge dos seus quinze anos, acostumada desde pequena a viver no limbo entre o mundo meio-mágico do Sul e o mundo comum do Norte. Tem uma personalidade visivelmente tranquila e bem humorada, ainda que seja eventualmente impaciente e desastrada. É também uma amiga muito dedicada e atenciosa, e, por mais difícil que seja se ver longe da família por tanto tempo, com visitas apenas nas férias e fins de semana, ela deixa claro que não trocaria a vida que tem no Ruit, uma vez que as amizades conquistadas lá são igualmente importantes e essenciais para ela, e a recíproca é verdadeira por parte de seus amigos. Dan, em especial, então melhor amigo de Alisa desde sua chegada no Ruit, tantos anos atrás; ambos contam mutuamente um com o outro para o que der e vier, numa relação tão linda e sincera que muito me encantou, além, claro, da personalidade propriamente amável, gentil, atenciosa e companheira do garoto, que tem a garota muito mais do que uma simples amiga, ainda que ela o veja apenas como o melhor amigo de sempre.
“— E por que não usam magia o tempo todo? Eu sempre imaginei o mundo mágico assim...
— Porque nós devemos dominar a magia e não ela nos dominar. Inteligência é poder, se tu utilizas tuas habilidades mágicas para fazer tua tarefa, eventualmente tu não saberás mais fazê-la, daí teu dom se torna superior a ti, como se ele pudesse mais do que tu podes.”
Os amigos da dupla também são uma verdadeira diversão e alto-astral durante a leitura. Igualmente amigos, companheiros, sinceros e dedicados, Nina, Marco e Sol completam o grupo principal do elenco de Entre 3 Mundos com tamanho carisma que, mesmo a Sol, avoada e medrosa que é em alguns momentos, cativa o leitor e nos faz sentir como parte da turma. E somando isso à narrativa quase mágica e o enredo cheio da mais pura imaginação da autora, não demora muito até que a leitura avance e comecemos a nos sentir, inclusive, dentro do próprio universo da trilogia. Isso tudo, até então, no mundo real da trama, até que temos a oportunidade de adentrar sem querer ao mundo mágico ou glorioso, como os então habitantes dele chamam, juntamente com os personagens, e nos deixar envolver mais ainda pela narrativa, agora, em busca de respostas por descobrir não apenas quem é a personagem de Alisa como, ainda, buscar respostas para uma série de novas questões em meio a revelações inesperadas que estão só começando a aparecer.
Assim, é com maestria que Lavínia Rocha dá início à trilogia Entre 3 Mundos, com um primeiro volume que, ainda que uma introdução, consegue envolver o leitor com muita intensidade e realidade por entre personagens cada vez mais carismáticos e mistérios instigantes e inéditos por serem desvendados junto com eles. Mais do que uma simples fantasia, Entre 3 Mundos é como uma aventura em meio aos contos de fadas, só que em um cenário mais moderno e brasileiro que muito encanta e surpreende, e para o qual mal posso esperar para retornar na leitura da sequência assim que possível e continuar a acompanhar a aventura de Alisa e seus amigos.