Título: Caminho Selvagem;
Subtítulo: Os Defensores #3;
Autor(a): Lian Tanner;
Editora: Farol Literário;
Número de Páginas: 353;
Ano de Lançamento: 2014.
Livro no Skoob
Veja também: Museu de Ladrões [Os Defensores #1]
                       Cidade de Mentiras [Os Defensores #2]


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Nesta nova aventura, a cidade de Jewel, que havia ficado para traz no segundo livro, está em perigo nas mãos do Orientador e somente Goldie poderá evitar a sua destruição. Para isso, ela deve enfrentar uma de suas tarefas mais difíceis: passar pelo Caminho Selvagem – secreto e perigoso, ninguém nunca voltou de lá... 

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Minha Opinião:
AVISO: pode conter spoilers desse e dos livros anteriores!

Foi em 2013 que tive a chance de ler os dois primeiros livros da série Os Defensores. Na época, não havia lido resenhas e nem procurado muito à respeito do enredo e da autora, e prossegui com a leitura com total despretensão. Não achei que os livros pudessem me conquistar de alguma forma, mas qual foi a minha surpresa ao terminar o primeiro, correr para o segundo e me ver ansiosa pelo desfecho? Essa, sem dúvidas, foi uma das trilogias que comecei e acompanhei sem ter ideia de que, no fim das contas, seria tão incrível, e eis que a espera pelo desfecho valeu a pena e temos, agora, a conclusão de uma grande trilogia.

Começando pouco depois do desfecho arrebatador de Cidade de Mentiras, Goldie, Toadspit e Bonnie já se encontram novamente em Jewel, esperando regressar novamente à calmaria, depois de tantas emoções e adrenalina decorridas em Spoke. No entanto, não demora muito até que eles se deparem com ruas vigiadas por mercenários e a volta dos Guardiões Abençoados. É então que eles encaram a realidade inesperada - e tão temida - de que o Orientador está no poder da cidade, e as crianças e os defensores do Museu de Dunt, no fim das contas, serão os únicos capazes de detê-lo, uma vez que manipula a população para o pensamento de que estão, enfim, seguros. Eles só não sabem que essa segurança pode ser temporária, com o Museu de Dunt fortemente ameaçado pelos planos do Orientador. Enquanto luta em prol da segurança e liberdade daqueles que ama, porém, Goldie terá ainda de arcar com os problemas causados pela voz de uma certa princesa guerreira que, desde a Grande Mentira em Spoke, permanece em sua cabeça, cada vez mais clamando por guerra e sangue.

“— Eu queria lutar de verdade, não só ficar por aí brincando feito um bando de crianças.
— Eu sei. Às vezes eu fico imaginando se...
— Mas você tinha razão — Toadspit interrompeu.  — É só olhar para os mercenários para ver o que uma guerra de verdade faz com as pessoas. Não quero ficar igual a eles.”
- Página 157 -

No terceiro e último volume da trilogia d'Os Defensores, Lian Tanner inicia a narrativa com muita agilidade e firmeza. Diferentemente da leitura dos dois primeiros livros, cuja leitura fora um pouco arrastada, uma vez que eu já estava habituada aos personagens, ao universo de Jewel e os mistérios do Museu de Dunt, me vi avançando as páginas da leitura em um piscar de olhos, cada término de capítulo chamando pelo capítulo seguinte, prendendo a leitura e fazendo com que eu me envolvesse ainda mais com a história. No entanto, assim como os volumes anteriores, Caminho Selvagem não perde a garra de ação e adrenalina, e todos os capítulos são devidamente preenchidos por cenas ágeis e fortíssimas emoções e tensões entre os personagens, tornando o enredo ainda mais intenso.

Apesar de ter se passado apenas cerca de um ano desde o primeiro livro, é notável o amadurecimento pelos quais os personagens passaram. Goldie e Toadspit principalmente, sempre muito ágeis e firmes em cena, além de cuidadosos e atentos, afinal, qualquer descuido pode levar um deles para a Casa do Arrependimento. No caso de Goldie, temos uma leitura especialmente mais intensa e tensa, uma vez que ela luta contra a princesa Frisia em seu pensamento, temendo ser tragada pela loucura de não reconhecer mais a si própria, como acontecera com outras pessoas que viveram uma Grande Mentira. Mas, apesar de isso colocá-la em algumas situações bem inusitadas e conflitantes no decorrer do livro, foi um fator que, com o apoio de Toadspit, ajudou ainda mais a formar a confiança da protagonista, e deixá-la ainda mais incrível do que já era nos volumes anteriores. E, ok, sei que se trata de uma menina de 12, 13 anos, mas Goldie é certamente o tipo de personagem que não se pode subestimar, por mais que o Orientador ainda insista no contrário.

“— Vocês querem o meu conselho, pessoal? Cuidado com a bondade! Nas mãos erradas, pode ser mais mortífera do que uma arma, e muito mais sutil. Sou testemunha disso.”
- Página 241 -

A história, até então, tinha tudo para ser cinco estrelas, assim como seu antecessor. No entanto, uma ressalva que, infelizmente, precisa ser feita. O título, de um modo geral, sugere que o grande foco da história está no caminho selvagem, a então chamada Estrada Ferina. No entanto, decepciona um pouco o fato de este ser pouco mencionado no decorrer do início até pouco mais da metade, aparecendo definitivamente no livro já próximo ao final da história. E, ok, isso poderia ser relevado, se, porém, quando chegou, não tivesse durado tão pouco tempo. Fiquei com a vaga impressão de que aquele que mais parecia ser o foco principal do livro, parte inclusive do título, não foi levado muito à sério pela autora, que deu enfoque à ele apenas nos últimos capítulos. No fim das contas, a tão temida Estrada Ferina serviu mais como uma ponte de ligação até o ultimato do final, mas, felizmente, isso não foi algo que prejudicou a leitura, de um modo geral.

Posso dizer, enfim, que apesar da ressalva anterior, porém, Caminho Selvagem é, sem dúvidas, um desfecho muito bom para uma trilogia que definitivamente não se pode ser subestimada, assim como seus personagens, e leitura imperdível para aqueles que já deram início à trilogia ou que querem embarcar em uma nova e intensa aventura fantástica. Lian Tanner foi certeira ao desenvolver personagens que, apesar de manter as características naturais de suas respectivas fases, são capazes de amadurecer e serem ainda mais do que antes imaginamos ser possível, e só posso concluir, feliz, que, cinco estrelas ou não, essa é uma leitura imperdível para os fãs de uma boa fantasia e aventura, com personagens fortes e uma narrativa precisa e ágil.

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