Título: Com Outros Olhos;
Autor(a): Thati Machado;
Editora: (Publicação Independente);
Número de Páginas: 45 [e-book];
Ano de Lançamento: 2014.
Disponível na Amazon
Conto no Skoob


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A vida perfeita de aparências da jovem Lana se desfaz como pó depois de um trágico acidente com seu então namorado Lucas. Destinada a ultrapassar todos os obstáculos que a vida lhe impõe, Lana ingressa na Companhia Raoul de Teatro - com a ajuda de seu irmão - sem que saibam das suas limitações. Seus companheiros de trabalho parecem não facilitar a vida da moça, principalmente Arthur, que interpreta seu par romântico na peça. Ironia do destino ou não, Lana vai descobrir que uma vida sem luz ainda pode lhe oferecer tudo que uma garota sempre sonhou. E que as aparências... Sempre enganam.

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Minha Opinião:

Na nova obra de Thati Machado, temos uma protagonista, Lana, cuja vida foi mudada radicalmente após um acidente de carro. A então garota fútil e inconsequente, acostumada a se sentir invencível ao lado do namorado Lucas, resolve entrar no carro do rapaz em uma noite, mesmo quando ambos se encontram bêbados demais para dirigir, e essa negligência tem um preço alto na vida da moça que, ao acordar, se vê imersa na escuridão, e nada lhe resta a não ser aceitar sua atual condição e mudar o estilo de vida que ela até então conhecia. Diferentemente dela, Lucas não sofreu maiores problemas, e começa a se afastar da garota que já não é mais perfeita para ele. Acompanhamos, a partir daí, o recomeço da vida de Lana, seu novo foco para ingressar na Companhia Raoul de Teatro, determinada a vencer quaisquer obstáculos.

Com uma narrativa em primeira pessoa, Com Outros Olhos possui uma escrita leve e singela, com uma fluência corrente que nos faz concluir a leitura em menos de duas horas. Tratando-se de um conto, temos uma história naturalmente breve, mas não menos bem desenvolvida. Thati Machado foi certeira no decorrer dos acontecimentos e fez fluir a narrativa de forma agradável, sem apressar demais qualquer detalhe, e transcorrendo bem na visão da protagonista, que consegue cativar o leitor pela sua determinação. Sem querer deixar às claras sua condição de deficiente visual em seus primeiros dias no teatro, Lana tem o apoio do irmão para guiá-la e orientá-la, mas uma vez que Arthur, um dos integrantes veteranos da Companhia, não fica muito contente por ter que contracenar com a recém-chegada em uma nova apresentação, alguns conflitos começam a se formar.

“É irônico precisar perder a visão para só então começar a enxergar certas coisas.”

No que diz respeito aos personagens, temos personalidades bem desenvolvidas e ingressadas ao enredo. No caso da protagonista, principalmente, conseguimos fazer uma separação entre o que seria sua antiga personalidade e a atual, decorrente das mudanças após o acidente, e apesar da primeira ser apenas citada, é crível as mudanças que Lana sofrera após o acidente, e vemos que ela realmente está disposta a acertar. O irmão dela, Leo, por sua vez, me cativou pela presença constante de proteção e carinho, sendo realmente próximo da irmã e ajudando-a sem medir esforços. Arthur, por sua vez, ficou meio em suspenso para mim. Não o achei um personagem ruim, mas também não me senti cativada por ele. Sua reação ao conhecer Lana, sem saber sobre sua deficiência, foi abrupta e nada receptível com a sua chegada, e teria dado ainda mais trabalho se não tivesse tomado conhecimento do segredo dela. Foi quando ele, de repente, passou a agir com o mesmo teor de proteção que Leo, mas, diferentemente, isso me irritou e me deixou um pouco incerta se ele estava mesmo sendo sincero em suas ações.

“— Por muito tempo enxerguei com os olhos, agora enxergo com o coração.”

Por outro lado, o que definitivamente me incomodou foi o romance que, ao contrário dos demais elementos da história, se desenvolveu de uma forma que, ao meu ver, foi, sim, apressada. Se conheceram em uma, duas semanas e já estavam vivendo uma paixão depois. Oi? Esses momentos foram realmente incômodos, mas principalmente pelas atitudes de Arthur que mais soavam como pretensiosas demais. Ele não conseguiu me convencer de seu sentimento pela protagonista, infelizmente. No entanto, não tiro o mérito dele por uma certa atitude próximo ao final que, ah, sim, conseguiu salvá-lo no enredo.

Após isso, só posso concluir que Com Outros Olhos foi uma leitura leve e agradável que, apesar de alguns breves incômodos, conseguiu me cativar por seus personagens e pela sua desenvoltura. Devo parabenizar a autora pela pequena reviravolta, por assim dizer, no final, que definitivamente me fez sorrir com orgulho da protagonista. Eu já imaginava algo parecido, devido a uma insinuação de um dos personagens ainda no início da história, e foi uma surpresa realmente agradável para sua conclusão. É, certamente, uma leitura que eu recomende para quem curte um romance leve, com uma história breve de superação e determinação.

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2 Comentários

  1. Oi Sâmella, tudo bem?
    Que delícia entrar aqui e me deparar com uma resenha super bem escrita e ainda por cima 4 estrelas *-*
    Sou imensamente grata a esse apoio todo e espero que essa seja a primeira de muitas obras que ganharão uma resenha por aqui, rs! :)
    Adorei conhecer suas percepções mais a fundo, de verdade.

    Beijo grande ♥

    Thati;
    http://nemteconto.org

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  2. Oi, Sâmella!

    Quero muito ler este conto. A Thati é superlegal e acho interessante uma história com protagonista cega. Fico muito curiosa, já que minha mãe não enxerga.

    Beijos
    Iris
    literalmentefalando.com.br

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