Título: Dizem Por Aí;
Autor(a): Jill Mansell;
Editora: Novo Conceito;
Número de Páginas: 432;
Ano de Publicação: 2012.
Livro no Skoob


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O namorado de Tilly Cole acaba de se mudar do flat deles com metade de suas coisas. Sem nada para prendê-la, Tilly decide rapidamente morar mais perto de sua melhor amiga, Erin, em um vilarejo minúsculo em Costwolds. Lá, Tilly é contratada no mesmo momento como faz-tudo em uma empresa de design de interiores. Para sua surpresa, a cidade pequena transborda escândalo, relacionamentos conturbados, fofoqueiros e boatos, focados basicamente em Jack Lucas, o homem lindo de muita classe e melhor amigo de seu chefe. Todos falam para Tilly ignorar o encanto por Jack, que ela será apenas mais uma de suas conquistas; mas Tilly, que trabalha ao lado de Jack, enxerga uma parte carinhosa e cuidadosa dele que não é revelada à cidade. É impossível que ele seja a mesma pessoa de quem todos falam. Ou é possível? Tilly deve separar os fatos da ficção e seguir seu instinto neste divertido romance moderno.

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Minha Opinião: 
Aviso: pode conter spoilers!

Geralmente, quando se pensa em uma cidade de interior, você logo deduz que é um lugar calmo, pacato, onde se pode viver sossegado e sem se importar com a vida ou opinião dos outros... Mas esse não é o caso de Costwolds, uma vez que, nessa pequena cidade, você não precisa passar muito tempo para descobrir que ela e seus habitantes guardam muitos segredos, e que, de certa forma, muitos deles estão entrelaçados uns nos outros...

"Viu? Esse é o problema em não saber o passado das pessoas; você nunca as conhece totalmente até conhecê-las para valer."
- Página 69 -

De início, já no primeiro capítulo, conhecemos Tilly, uma mulher com seus 28 anos que, sem saber, acaba de saber que seu namorado a deixou. Desde esse primeiro momento, me surpreendi com a protagonista e seu jeito de ser. Ao contrário do que muitas mulheres fariam no seu lugar, tipo chorar pelo término e sucumbir a uma onda de lamentação, ela decide visitar sua amiga, Erin, em Costwolds e... acaba decidindo se mudar definitivamente para lá, para manter-se ao lado da melhor amiga e, bem, recomeçar sua vida - apesar de que ela não está encarando tudo na base do drama. Acaba por conseguir emprego para um designer de interiores, e logo no início conhece Jack Lucas, amigo de seu chefe. Mas, ao contrário do que poderia ser, tipo simples conhecer apenas mais um rapaz, ela acaba descobrindo que ele era do tipo namorador e descompromissado, basicamente. Ela decide que vai ignorá-lo, simplesmente se recusa a correr o risco de virar mais uma de suas conquistas. Mas então alguns imprevistos acontecem e ela acaba conhecendo quem o rapaz é de verdade, e ela então encara a realidade: nem tudo o que circunda aquela cidade é verdade ou mentira, e ela precisa ficar esperta.

"-Jack? Quer dizer, o Jack Lucas? - Ela ficou petrificada. - Ah, não, nem pense em ir por esse caminho! Esse é um homem com quem você não gostaria de se envolver.
- Por que todo mundo fica repetindo isso para mim?".
- Página 71

Eu já havia ouvido falar do livro no ano passado, chegado a ler umas poucas resenhas sobre ele, mas peguei-o para ler sem esperar absolutamente nada, digamos. Na verdade, eu nem sabia o que esperar da história, achava que se trataria de mais um daqueles romances da garota - mulher - certinha com o garoto - homem - bad boy e coisa e tal, que é a primeira impressão que dá ao ler a sinopse. Mas acabou sendo uma completa surpresa! Acabei por estrear meu primeiro livro da Jill Mansell onde a autora, felizmente, soube pegar o clichê e transformá-lo em algo diferente, divertido, original, acrescentando, claro, sua narrativa fluída e divertida. Mas, claro, o livro tem seu ponto clichê porque, bem, estamos falando de um romance, e quase toda história romântica é clichê hoje em dia, mas ela soube complementar essa história com vários aspectos bem singulares e inesperados, e elevá-lo a um patamar diferente do que eu imaginava que seria. 

"- Poxa, esse é um negócio engraçado, não é? Você pode enfileirar dez mil homens e saber de cara que nove mil, novecentos e noventa não fazem o seu tipo. Então, sobram dez possíveis e você precisa ir escolhendo os candidatos por eliminação. E isso pode transcorrer muito bem, você pode achar que alguém é perfeito de todos os pontos de vista, e então ele diz ou faz alguma coisinha que te faz perceber que você nunca poderia ter um relacionamento com ele."
- Página 208

Costwolds tem bem sua fama de ter habitantes que guardam grandes segredos e por isso mesmo Tilly se vê fisgada pela cidade, tentando desvendar algumas interrogações que pairam no ar há algum tempo, desde antes de ela chegar ali. E, mais ainda, muitas delas envolvem pessoas que estão ao seu redor; algumas com as quais ela deve se preocupar e outros, porém, de quem ela deve manter distância. Mas, nesse meio, Jill Mansell criou personagens que não são apenas o que vemos ou o que dizem. Eles se apresentam de uma forma, inicialmente, e você acredita naquela definição, mas logo em seguida você descobre algo sobre ele e começa a entender que, realmente, não devemos julgar ninguém pelas aparências. Ao menos, essa é uma espécie de mensagem legal passada no livro, de uma forma bem sutil, ao meu ver, e que foi muito bem mesclada ao fato dos personagens, por si só, já serem tão cativantes. Não bastasse isso, me peguei rindo em diversos momentos. Temos a presença de ótimos personagens secundários que só deixam a história ainda melhor, com cenas divertidas e bem descontraídas. Max, Lou, Kaye, Erin, Fergus, entre outros, cada um teve um papel fundamental na trama, e, apesar de logo no início, intitularmos alguns como uma espécie de antagonistas, não se enganem. A autora saber fazer ótimas reviravoltas, e o que é numa página pode acabar virando algo totalmente diferente na seguinte.

"- No que você está pensando? - Era a voz dele invadindo aqueles pensamentos agitados e confusos.
- Nada.
Ele sorriu.
- O que significa que é melhor eu não saber."
- Página 147

Mas o que eu mais gostei na trama foi, como já disse, o romance ter fugido um pouco do habitual. Tilly, ao contrário de muitas protagonistas, não é do tipo de personagem avoada, que se entrega a qualquer um, por mais que haja sentimento. Ela é uma mulher divertida, solidária, amiga, por quem logo todos criam uma determinada afeição, mesmo nos momentos mais imprevisíveis, e, principalmente, ela tem uma grande consideração por si mesma e por causa disso costuma fugir de Jack, que acaba se aproximando mais ainda dela, como uma tentativa de conquistá-la, como fez com todas as outras garotas da cidade. Mas a resistência de Tilly acaba fazendo-a conhecer um lado de Jack que ninguém conhecia, ou achava que não existia mais. Simplesmente porque ele tem uma história própria que o deixou da forma como ele é, mas no fundo ele é uma boa pessoa e que se importava com aqueles que amava, e ele mesmo passa a ver as coisas mudarem quando ele se sente fisgado por ela, aos poucos, graças ao gênio da protagonista, que o desafia, provoca, brinca, e, principalmente, abre os olhos dele para coisas que ele estava deixando escapar, fazendo-o acreditar no amor novamente. E a cada página, a história só fica ainda melhor, e é quase impossível largar o livro depois da página 200, quando as coisas começam a se explicar e novas dúvidas começam a surgir. E é quando você descobre que, por trás de todos aqueles segredos, algumas mentiras estão encobertas e certas coisas, então, começam a fazer sentido... 

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Um Comentário

  1. Oi Sâmella!

    Já tinha um tempinho que não lia nenhuma resenha desse livro, mas lembro que as opiniões anteriores não eram tão entusiastas como a sua..! Eu gosto de romances não-óbvios, e por isso, fiquei feliz em saber que nesse caso o da Tilly tbm foge do habitual!

    Parabéns pela resenha! :)

    Beijos!
    Lygia - Brincando com Livros

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