Título: Uma Vez na Vida;
Autor(a): Marianne Kavanagh;
Editora: Única;
Número de Páginas: 288;
Ano de Lançamento: 2014.
Livro no Skoob


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Uma história de amor, encontros e.... desencontros!
Conheça Tess. Obcecada por roupas vintage, ela está sempre enrolada no emprego que detesta e em dúvida sobre seu namorado bonitão Dominic, que conheceu na universidade. Morando em um adorável apartamento com sua melhor amiga, Kirsty, ela poderia se considerar uma pessoa de sorte. Mas se sua vida é tão perfeita, por que ela se desfaz em lágrimas toda vez que pensa no futuro?
Conheça George. Um músico brilhante que divide seu tempo entre brigar com os companheiros de sua banda de jazz e se preocupar com o pai doente. Mas ele sabe que a vida não é só isso. Deve haver mais alguma coisa. Algo especial.
Tess e George são duas partes de um todo, almas gêmeas. Para a sorte deles, seus amigos em comum sabem que eles são feitos um para o outro. O problema é que eles não se conhecem e, sempre que a oportunidade aparece, a vida chacoalha os dois para longe.
E agora? Se todos têm uma alma gêmea, como o destino faz para uni-los?
Acompanhe a história divertida e apaixonante de Tess e George durante uma década de encontros malsucedidos, frustrações românticas e uma dúzia de recomeços. Uma vez na vida é uma comédia romântica moderna e inteligente sobre amizade, destino e oportunidades perdidas e reconquistadas!


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Minha Opinião:

Resenha escrita por mim e originalmente publicada no blog Da Imaginação a Escrita - aqui.

No romance de Marianne Kavanagh, somos apresentados à Tess e George, inicialmente, dois jovens adultos construindo suas respectivas vidas profissionais e correndo atrás daquilo que almejam para si. Tess é uma moça apaixonada por roupas vintage, e tem uma coleção considerável de modelos antigos que, vez por outra, resolve usar, e encontra-se em um namoro firme com Dominic desde a faculdade. George, por outro lado, é um brilhante músico que, no entanto, tem tido problemas para fazer sua banda crescer e uma vez que os então colegas se encontram em um clima nada amigável já há algum tempo, a ansiedade do rapaz só vem crescendo com relação à música, e a presença de um pai já doente não ajuda em nada. Por fora, pode parecer que são duas pessoas completamente distintas, no entanto, uma vez que possuem o mesmo círculo de amigos, eles constantemente ouvem comentários sobre serem supostas 'almas gêmeas' um do outro, mesmo sem nunca terem se conhecido. Desencontros um atrás do outro, e eles acabam por tomar rumos e construir vidas totalmente diferentes. A chance de concretizar esse romance tão comentado ainda permanecerá ou será que ela já não vale mais?

Quando peguei esse livro para ler, já esperava que não deveria ter expectativas muito altas sobre o enredo, e fico feliz por ter contido a empolgação. Em seu romance de estreia, Kavanagh, já muito experiente no ramo jornalístico, emprega uma narrativa leve mas, por vezes, profunda, no decorrer de sua obra, e surpreende o leitor por mostrar as diferentes facetas do que supostamente seria um estilo de vida perfeito que, na verdade, olhando mais a fundo, não é nada disso. Seus personagens, apesar do ritmo calmo com o qual seguem, em muitos momentos, são uma espécie de retrato de muitas pessoas no mundo atual, divididas entre o que devem e o que querem fazer em suas vidas, principalmente no que diz respeito ao ramo profissional, e que, por influência de comentários alheios, podem vir a tomar rumos nos quais nunca se imaginaram, seja de forma positiva ou negativa.

E, o lado ruim da história, é que tanto Tess quanto George sofrem o resultado negativo desse processo, porque, verdade seja dita, apesar de ter gostado do rumo inicial da narrativa e de seus personagens, o casal de protagonistas começou a me irritar no decorrer de uma série de decisões mal tomadas. Tess dá início ao livro com uma cena corriqueira e aos poucos mostra-se uma moça de personalidade, muito embora esta seja um pouco apagada pela interferência de Dominic, seu namorado, apaixonado por números e tudo o que envolver contabilidade e investimentos financeiros, de tal forma que são o oposto um do outro. George, por sua vez, apesar das constantes tensões na banda, não desanimava da ideia de levar ele e seus amigos ao sucesso do jazz, e se mostrou um rapaz muito centrado e determinado por um bom tempo. Uma vez que a história se estende por cerca de sete anos, porém, as coisas começaram a desandar com o passar dos anos, para ambos, principalmente para o George, e foi realmente cansativo acompanhar os desencontros dos dois somados à realidade desanimadora em que eles se encontravam, ambos vivendo cada dia de suas vidas em uma monotonia e automaticidade que me dava nos nervos. 

George, que até então estava indo bem, desandou de uma forma sutil, mas ao mesmo tempo gritante e inacreditável à medida que Stephanie adentrou à sua vida e passou a inseri-lo em meio a alta sociedade norte-americana. Confesso que nunca fui muito de detestar os vilões ou antagonistas de uma determinada história, e mesmo que eu viesse a desgostar - naturalmente - deles, nunca era de uma forma tão intensa. No caso de Stephanie, porém... ela conseguiu chegar no meu limite com tamanho cinismo e manipulação. O George, no fim das contas, sofreu um bocado com ela, e nesses momentos eu sentia vontade de gritar com ele por ter ficado tão submisso e acatar as ordens - vide humilhações, em muitas das vezes - irritantes da mulher, e se eu havia gostado dele até pouco atrás, desgostei completamente dele a partir daí, por perder a própria voz e personalidade tão fácil e aceitar tudo numa boa, e ainda defendendo ela diante de críticas dos colegas. Tess, por outro lado, ainda conseguiu fugir dessa sofrência, mas, por outro lado, também se mostrou com uma personalidade apagada à medida que aceitava um trabalho do qual não gostava nada e o namoro sem vida com um rapaz que mais vivia para trabalhar e contabilizar a própria renda. Considerando que a narrativa intercalava entre ambos os protagonistas, então, foi difícil prosseguir com vontade em meio a um desenvolvimento tão maçante.

Felizmente, algumas coisas, personagens, mais especificamente, conseguiram se sobressair positivamente e amenizar a minha irritação. A começar pela mãe da Tess, uma mulher um tanto quanto distraída demais que constantemente esquecia os armários abertos e a comida no fogão, mas que, nas poucas vezes que apareceu na história, conseguiu me cativar por agir de uma forma tão espontânea quanto à determinadas questões, a ponto de quebrar a irritação que pairava para mim até então. A mãe dela, avó de Tess, também contribuiu muito, mesmo com uma única cena já perto do final do livro, que apesar de aparentemente corriqueira, também conseguiu conquistar o meu carinho, mesmo de forma tão breve. Além delas, a melhor amiga de Tess, Kirsty, também, por trazer mais cor às cenas com Tess, sempre descontraída e direta em suas opiniões, e disposta a dar um puxão de orelha sutil na amiga quando ela precisava, além do incentivo natural quanto a busca desta por seus próprios sonhos, que não envolvesse um emprego no qual ela já não aguentava mais trabalhar, ajudando a salvar um pouco mais a leitura.

Porque, no geral, apesar de ter a temática sobre 'almas gêmeas' e um casal em potencial, a minha recomendação é que leiam a história sem esperar o romance propriamente dito. Infelizmente, a autora deixou esse enfoque de lado, e focou muito nos protagonistas em si, quanto a seus anseios, dúvidas e temores, o que, por ter sido em excesso, deixou a narrativa bem cansativa. Depois de tantos desencontros ao longo dos anos e dos demais obstáculos no meio do caminho, quando pensamos que as coisas vão finalmente se acertarem... elas até se acertam, no entanto, a sensação que tive ao concluir a leitura era de que um capítulo a mais estava faltando, quando, na verdade, claro que não estava, o que me fez finalizar a leitura de uma forma um tanto quanto insatisfeita, numa sensação de leitura incompleta. Então, no fim das contas, esse não é um livro que eu indique logo de cara, mas também não é contra-indicado; se você quer uma história que fuja mais do romance e atente-se, mais ainda, aos protagonistas em si e seus respectivos desenvolvimentos durante a leitura, então, sim, eu indico, mas se o seu objetivo é encontrar um romance, pode ser mais indicado repensar em outras alternativas, mas, no geral, é uma boa história, com suas ressalvas.

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Um Comentário

  1. Essa capa não me atrai muito, mas o enredo em si me chama a atenção. Acho que é uma preocupação que todo mundo tem, de desencontrar do seu grande amor. Já tinha lido que o livro era um pouco enfadonho em algumas partes, pretendo ler mesmo assim, mas com menos expectativas também.

    Bjs, @dnisin
    www.seja-cult.com

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