Título: A Gramática do Amor;
Autor(a): Rocío Carmona;
Editora: Rocco (Selo Jovens Leitores);
Número de Páginas: 264;
Ano de Publicação: 2013.
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Romance de estreia da editora Rocío Carmona, que é também vocalista de uma banda indie de Barcelona, A Gramática do Amor é um convite a intertextualidade. O livro, que conquistou público e crítica na Espanha, vem ganhando traduções em diversos países ao contar a história de Irene, uma menina que vive sua primeira desilusão amorosa e que encontra em clássicos como García Márquez, Tolstói, Jane Austen e Murakami o entendimento para suas emoções e a força para escrever sua própria "gramática do amor". Um comovente romance juvenil sobre a descoberta do amor, relacionamentos e o poder da literatura.

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Minha Opinião:

O que o amor significa para uma adolescente? Flores e sorrisos por toda parte? Ilusões criadas pelo nosso próprio coração? Ou, simplesmente, um sentimento capaz de provocar as mais singulares reações no ser humano?

"Estar apaixonado é sentir-se diante de um catálogo maravilhoso cheio de infinitas possibilidades. É saber-se um pássaro perfeito, que percorre os céus, sentindo que encontrou sua verdadeira razão de ser, seu centro, seu motivo."
- Página 34

Temos aqui uma obra romântica diferente das demais. Com uma narrativa por vezes poética e delicada, Rocío Carmona nos apresenta Irene, uma adolescente espanhola que se muda para estudar em um internato na Inglaterra, após a separação dos pais. Convivendo em um mundo completamente novo, ela não tem muito a que recorrer, e acaba por focar seu pensamento unicamente ao jovem Liam, por quem está perdidamente apaixonada. Mas o rapaz não lhe corresponde o sentimento e ela se depara com sua primeira desilusão amorosa. Sentindo-se desamparada da própria vida, ela acaba, porém, sendo notada pelo professor de gramática, que começa, com ela, aulas de "gramática do amor" que consistem basicamente na leitura de clássicos românticos onde tal sentimento é abordado das mais diferentes formas e situações. Irene então passará a desenvolver um gosto maior pelo mundo dos livros, ao mesmo tempo em que, por fim, começará a entender esse sentimento tão grandioso e ao mesmo tempo tão complexo...

"Tinha que admitir que Hugues acertara em cheio obrigando-a a treinar. Aquele era o esporte perfeito para o seu porte físico. Irene era miúda e magrinha, parecia feita para correr. E o que mais lhe agradava era que, a cada passada dada contra o vento, tinha a ilusão de fugir de si mesma."
- Página 31 -

Primeiramente, essa foi uma leitura completamente repentina para mim. Já havia visto alguns comentários sobre o livro, mas não tinha parado propriamente para ler mais à respeito e chegar a me interessar realmente pela sua leitura. Mas então me deparei com uma promoção do mesmo no blog da Duda, o Book Addict, e eu pensei "por que não?". Participei, dois dias antes da promoção se encerrar e, no fim das contas, acabei sendo a ganhadora do exemplar. Agora, vendo por esse ângulo, estou realmente feliz por ter feito tal escolha; eu não sabia, de fato, o que esperar do livro, e acabou que ele me surpreendeu de uma forma muito positiva. Isto porque, na minha cabeça, eu pensava que a história iria se desenrolar focando mais nos romances apresentados ao longo daquela, mas logo vi que a autora havia conseguido criar um determinado equilíbrio entre todos os aspectos da trama, o que só foi mais um ponto positivo para o livro.

"- Por que estamos fazendo isso, professor Hugues? Já lhe disse que não vou me atirar de nenhum penhasco.
Ele voltou os olhos para a janela e respondeu:
- Existem penhascos mais profundos e perigosos que os da Cornualha. Ficam dentro de cada um de nós e é muito difícil nos salvarmos quando caímos neles."
- Página 41/42

Irene é uma daquelas personagens pelas quais não sentimos empatia logo no primeiro capítulo. Na verdade, demorou bastante para que eu conseguisse relevar algumas de suas atitudes e pensamentos para só então ver o quanto a protagonista era inteligente e audaciosa em seu interior. Após a desilusão amorosa, ela acaba se entregando a uma série de lamentações; ela não imaginava o quão o sentimento de amor podia ser complicado, se não estivesse se referindo à pessoa certa. E ela aprendeu isso da melhor forma, digamos, logo quando Hugues, seu professor de gramática, percebe o motivo para sua tristeza e lhe abre as portas para um mundo onde o amor é colocado das mais diversas maneiras. É incrível acompanhar Irene em sua busca por compreender melhor tal sentimento, enquanto, ao mesmo tempo, conhecemos, através dela, tantas histórias românticas, que divergem de muitas formas, mas que possuem algo em comum: o reconhecimento do amor como um sentimento capaz de mudar nossas vidas.

"Geralmente basta sabermos que fomos escolhidos para nos apaixonarmos pela pessoa que nos acha especial. Será que o primeiro amor não é a surpresa de ver que alguém, no meio da multidão, reparou justamente em nós? Talvez por isso seja tão emocionante."
- Página 42 -

Só atentem para uma coisa: caso você não goste de receber spoilers de histórias clássicas como as retratadas no livro, não leia ainda. Clássicos como Orgulho e Preconceito, Cartas de Uma Desconhecida, Anna Kariênina, Jane Eyre, e outros, estão bem presentes na trama e, quando menos se espera, um spoiler é revelado, seja sobre o desenrolar de cada história ou sobre seu final, trágico ou feliz. Quanto à isso, não me importei tanto, porém. Não tinha intenção de ler muitas dessas obras, na verdade, dentre elas só conhecia umas quatro, e as demais foram totais surpresas para mim. De qualquer forma, mesmo estas outras me despertaram interesse - apesar de já ter noção de como a história será - e talvez eu vá lê-las um dia. No geral, A Gramática do Amor é um livro muito bom, dotado de personagens instigantes e muitas boas reflexões sobre o amor e tudo que ele envolve. Posso dizer, então, que Rocío Carmona fez sua estreia literária com louvor com esta obra, e bem merece os elogios.

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