Título: Museu de Ladrões;
Trilogia: Os Defensores, vol. 1;
Autor(a): Lian Tanner;
Editora: Farol Literário;
Número de Páginas: 352;
Ano de Publicação: 2012.
Livro no Skoob


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Bem-vindo à tirânica cidade de Jewel, onde a impaciência é um pecado e a ousadia é um crime.
Goldie Roth viveu em Jewel por toda a sua vida. Como toda criança da cidade, ela deve andar presa em correntes até o Dia da Separação, e é forçada a obedecer aos temidos Guardiões Abençoados. Quando o Dia de sua Separação é cancelado, por causa de uma misteriosa ameaça à cidade, Goldie não suporta a ideia de ser novamente acorrentada e foge para o Museu de Dunt, onde conhece Toadspit. No entanto, seus dias não serão mais calmos que antigamente. Os corredores do Museu são cheios de armadilhas e segredos adormecidos que se despertos podem acabar com a vida na cidade. Mas se você pensa que esse livro traz histórias de crianças, está inteiramente enganado. Morte, suspense e muita crueldade envolvem o primeiro volume desta trilogia, em que os protagonistas terão que provar suas habilidades e frieza para garantir sua sobrevivência.

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Minha Opinião:

Sabe quando você começa a ler um livro sem esperar absolutamente nada dele, mas, no final das contas, acaba se surpreendendo com a história? Então...

Há algumas semanas, participei de uma promoção no blog da Daiane, o No Universo da Literatura, e tinham exatamente três kits de livros da Editora Farol Literário. Eu participei de todos, mas acabei ganhando o kit com os dois primeiros livros da trilogia "Os Defensores". Inicialmente, eu havia participado apenas porque havia achado a premissa interessante, mas... quão grande foi a minha surpresa ao ver que a história tinha muito mais brilho próprio e fantasia do que eu esperava? Bem, agora eu fico feliz de ter tido a oportunidade de ler a trilogia, e já estou ansiosa para quando será lançado o terceiro e último livro - provavelmente no próximo ano. Mas, enfim, voltemos a resenha.

"- Ouça o que eu tenho a dizer, criança. Você foi tratada como bebê a vida toda. Agora, precisa crescer rápido. Você é corajosa, e isso é bom, mas também precisa ser prudente. Pense com cuidado antes de tomar decisões. O museu é cheio de perigos."
Página 133 -

A história em si já se mostra interessante pela sua sinopse, descrevendo a cidade de Jewel como tirânica e um lugar onde atitudes aparentemente simples podem sem consideradas verdadeiros ultrajes. As crianças, nesse caso, são as que mais sofrem; ou elas estão acorrentadas aos pais ou aos Guardiões Abençoados, que, por meio que protegerem as crianças, poderiam ser uma espécie de pessoas bondosas, mas são exatamente o oposto. Em especial, Guardiã Esperança, que é uma verdadeira bruxa, rs. Mas, enfim. É curioso pensar em como Lian Tanner desenvolveu a história, antes, claro, criando um universo tão distinto e reservado, onde a segurança máxima predominava, mas a ponto de ser sufocante.

"'Não tente afastar o medo', sussurrou a voz baixinha. 'Cumprimente-o com educação, como um primo indesejado'."
Página 163 -

Goldie, a protagonista do livro, é uma jovem de 12 anos que estava prestes a ser livre das correntes, com a chegada do Dia da Separação. Porém, um acidente inusitado e polêmico acaba atingindo a cidade, e a cerimônia é cancelada. Ela acaba não suportando a ideia de voltar a vida nas correntes de novo, e, no impulso, acaba fugindo. Inconscientemente, ela é guiada ao Museu de Dunt, que aparentemente seria apenas um simples museu com as salas e objetos empoeirados e quase nenhum visitante. Porém, ela descobre aos poucos que o lugar guarda mais mistérios e segredos do que qualquer um na cidade poderia imaginar. Essa parte me chocou bastante pois, para quem esperava segredos mais clichês nesse tipo de história, o que encontrei nesse livro realmente me surpreendeu. São os mistérios mais inesperados possíveis, com muita selvageria e alguns toques sombrios; eu diria até que o livro tem uma mistura básica de fantasia, em maior parte, com o alguns breves toques de sobrenatural, pelas criaturas com-nomes-pra-lá-de-difíceis-e-complicados-que-eu-nem-vou-tentar-citar-aqui que aparecem no decorrer da narrativa.

"Claro que não estou dizendo que seja boa coisa dar responsabilidades tão pesadas a uma criança. Elas precisam ter o direito de ter infância. Mas também precisam ter a possibilidade de encontrar sua coragem e sua sabedoria e aprender quando enfrentar e quando fugir. Afinal de contas, se não tiverem permissão para subir em árvores, como vão poder enxergar o mundo tão grande e maravilhoso que se estende bem na sua frente?"
Página 200 -

Arrisco afirmar que a autora tinha uma gama de ideias se formando em sua mente, e ela conseguiu colocá-las em um perfeito equilíbrio na história, de forma que você recebe uma enxurrada de informações em um momento, e tem tempo necessário de leitura para digeri-lo e então absorver novas informações inusitadas. Os personagens também não deixam a desejar. Goldie, apesar de ter sido, como todas as crianças da cidade, subestimada, tratada como inocente e indefesa no início da história, acaba se provando uma ótima protagonista, com habilidades notáveis para uma garota de sua idade. Toadspit foi um outro personagem que me cativou, embora não seja a simpatia em pessoa - Goldie que o diga, vivem como cão e gato na maior parte do tempo - mas tem habilidades igualmente fortes como a da protagonista. Os demais cumprem bem seus respectivos papéis na trama, e a história começa, se desenvolve e é concluída de uma forma muito satisfatória.

"O museu nunca devia ter ficado tão cheio de coisas selvagens e perigosas - Sinew disse. - Mas o povo de Jewel é como a Guardiã Esperança, com suas tábuas e seus martelos. Eles tentaram paralisar a vida. Eles queriam estar completamente seguros e felizes o tempo todo. O problema é que o mundo não é assim. Não é possível que montanhas altas existam sem vales profundos. Não é possível ter grandes alegrias sem grandes tristezas. O mundo nunca está imóvel. Passa de uma coisa à outra, para frente e para trás, como uma borboleta que abre e fecha suas asas."
- Página 214 -

Faço algumas ressalvas, porém. A narrativa, apesar de ser prática, não é tão fluída assim - ao menos, não para mim - o que pode fazer a leitura demorar um pouco, já que aquela-necessidade-de-não-largar-o-livro-porque-a-história-está-ótima não é uma coisa muito presente na leitura, mas isso não tira o brilho da história e também não dá vontade alguma de abandonar a leitura. Na verdade, é praticamente aquela situação em que você lê o primeiro livro de uma série/trilogia e quando termina, quer ler o próximo. E, só mais um detalhe: não pensem que por ser protagonizado por crianças a história vai ser fraca ou simples; muito pelo contrário, como a própria sinopse já diz, a história tem lá sua carga sombria, digamos, já que a cidade não é flor-que-se-cheire - e nem seus habitantes, de certa forma. Mas, enfim, uma leitura mais do que válida e recomendada! ;)

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Um Comentário

  1. Sâmmy adorei a resenha!
    Quando eu li o nome do livre, eu pensei que seria esses livros chatos! Mais pela sua resenha, é um livro bastante interessante!
    Vou ver se o acrescento na minha listinha para comprar na Bienal ><
    Você está aceitando afiliação?
    Se sim, você aceita?
    Beijos,

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